Marco cultural e histórico para a cidade de Vitória e o estado do Espírito Santo, o conjunto de armazéns do porto terá um projeto de requalificação e ocupação, com museu, unidade de ensino, centro de vivência, arena de espetáculos, restaurante e outros espaços destinados à integração com a comunidade e alinhados à proposta de revitalização do Centro Histórico da Capital.
Nesta quarta-feira (12), o governador do Estado, Renato Casagrande, participou da inauguração da reforma e da apresentação do projeto de requalificação do espaço. O projeto foi viabilizado através da parceria entre o Governo do Estado e a Vports , administradora do porto, além da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), da empresa Vale e do Instituto Cultural Vale.
“A revitalização do Centro de Vitória é essencial e nós temos feito diversos investimentos para resgatar a importância do local. Agora, estamos seguindo um caminho de resgate e essa revitalização valoriza a cultura e a história do nosso Estado. O objetivo é recuperar o protagonismo e a vitalidade do Centro, reconhecendo seu valor histórico, cultural e econômico para a região. Os armazéns funcionando darão uma nova dinâmica a essa região, principalmente nos finais de semana, onde teremos mais opções de lazer. É importante e fundamental essa parceria entre setor privado e setor público”, disse o governador.
O primeiro passo foi dado no ano passado com o início da reforma dos cinco armazéns, entregue pela Vports nesta quarta. As obras englobam as etapas de recuperação estrutural, tratamento de patologias do concreto e de infiltrações, reforma das estruturas e recuperação do perfil arquitetônico, com a limpeza e o tratamento de fachadas e da alvenaria. Os armazéns também receberam nova pintura, a partir de um trabalho de pesquisa desenvolvido pela administradora do porto e pela Secretaria da Cultura (Secult) para escolher a cor mais próxima à original, preservando a memória e história do local.
“A reforma e requalificação dos armazéns são um marco na história do porto, da cidade e do Estado, em um projeto que sintetiza aquilo que entendemos como fundamental: trabalhar coletivamente, estabelecer parcerias, unir forças e promover o desenvolvimento sustentável e compartilhado, sabendo que temos um porto em operação que é parte da vida e da história da cidade, e que pode estar mais integrado à comunidade”, afirmou o diretor-presidente da Vports, Gustavo Serrão.
Dos cinco armazéns reformados, os dois primeiros terão uso operacional e portuário e os outros três serão destinados ao projeto sociocultural. O Armazém 3 será ocupado pelo Senai Porto, uma unidade de ensino especializada na formação de profissionais para as áreas de logística, gestão portuária, tecnologia da informação e economia do mar. O espaço receberá investimentos superiores a R$ 34 milhões, voltados para obras de reforma e adequação, mobiliário, montagem dos laboratórios e equipamentos de forma geral. A unidade, a primeira do Espírito Santo instalada em área portuária, iniciará suas atividades em 2025 e terá capacidade de atender cerca de 1,8 mil alunos por dia, sendo 600 por turno.
“Acreditamos na educação profissional como um caminho para criar oportunidades e desenvolver o nosso Estado. E acreditamos também que ao aliarmos o ensino profissionalizante à vocação logística do Espírito Santo, criamos mais condições para fortalecermos a nossa economia e nos tornarmos cada vez mais uma referência em capital humano de qualidade. O Senai Porto surge justamente dessa conexão entre educação profissional de qualidade e infraestrutura e logística portuária. Estamos investindo no que faz sentido com as demandas do mercado, e a escolha pela operação da nossa unidade no Armazém 3 do Porto de Vitória irá potencializar ainda mais as oportunidades e os negócios”, declarou o presidente em exercício da Findes, Paulo Baraona.
No Armazém 4 e no prédio anexo a ele, funcionará a nova sede do Museu Vale em uma área total de 3,9 mil metros quadrados, que passará por novas reformas e adequações para receber o espaço, ganhando uma reestruturação territorial, paisagística, econômica e social. “A instalação do Museu Vale no Porto de Vitória contribui para a requalificação do centro antigo da cidade, um importante patrimônio histórico de Vitória, e reforça a atuação da Vale de se manter conectada à história do Espírito Santo, proporcionando o acesso à cultura e ao lazer para os capixabas”, destacou o diretor presidente do Instituto Cultural Vale, Hugo Barreto.
A expectativa é que a nova sede seja aberta ao público a partir de 2025, com nova museografia. Dessa forma, o Museu Vale manterá seus três eixos de atuação: o acesso à arte contemporânea, a promoção da arte-educação e a memória e preservação histórica. O armazém terá cerca de 850 metros quadrados voltados para exposições temporárias. Já no edifício, será montada a exposição permanente com o acervo histórico da Estrada de Ferro Vitória a Minas, ocupando dois dos cinco andares do prédio.
O projeto também prevê uma sala para o programa educativo do museu, além de áreas para ateliê e residências artísticas, um auditório e uma biblioteca. O prédio abrigará ainda o Centro de Memória da Estrada de Ferro Vitória a Minas, e, na cobertura, haverá um espaço reservado para um restaurante, com vista panorâmica da baía de Vitória e do Centro Histórico da Capital.
O Armazém 5 será destinado à Secretaria da Cultura e vai funcionar como um espaço cultural multiuso com arena de espetáculos, espaço expositivo, espaço formativo e ativação em arte, design e gastronomia. O projeto será construído a partir de escutas e da participação da comunidade cultural e do Distrito Criativo do Centro de Vitória. Coordenado pelo reconhecido Instituto Pedra, a partir de acordo de cooperação com a Secult e parceria com o Ministério da Cultura, com recursos da Lei Rouanet.
“É um projeto construído coletivamente que requalifica e viabiliza a ocupação dos armazéns, espaços de importância histórica para o Estado, fazendo com que voltem a fazer parte da vida da cidade, por meio da educação e da cultura. É mais do recuperar, reformar…. É sobre dar uso, integrar e ocupar. E o detalhamento da proposta para o armazém 5 será feita a partir do diálogo e da troca com a comunidade cultural do Centro”, avaliou o secretário de Estado da Cultura, Fabricio Noronha.
Além da entrega da reforma dos armazéns, a Vports fará um centro de vivência em uma área de cerca de 1.000 metros quadrados entre os Armazéns 4 e 5 (Museu Vale e Secretaria da Cultura). O espaço está em fase inicial de projeto e detalhamento, mas a ideia é criar um ambiente integrado de lazer, relaxamento e convivência.