Mais de 1,3 mil lideranças globais, de 37 países, estiveram conectadas durante os três dias do Horasis Global Meeting, um dos maiores fóruns mundiais de ESG, inovação, sustentabilidade e governança, realizado pela primeira vez na América Latina. O encontro realizado entre sexta-feira (25) e domingo (27) colocou o Espírito Santo como a capital do ESG no Brasil e serviu de ponte para projetos futuros.
Frank-Jürgen Richter, fundador do Horasis, celebrou o potencial de novos negócios e parcerias: “Esse talvez seja o melhor evento de todos – as pessoas estão conectadas, formando uma verdadeira comunidade que une o espírito brasileiro ao internacional. Espero estar aqui novamente ano que vem”, declarou, ao reforçar a possibilidade de fazer novos encontros globais e também regionais, com a China e a Índia, por exemplo, no Espírito Santo.
Ainda segundo Richter, o tema “Construindo Pontes para o Futuro” foi considerado apropriado para o momento atual, marcado por desigualdades e divisões globais. “Vivemos um cenário global de transformação e de atenção, com as eleições nos EUA e as tensões no Oriente Médio e na Ucrânia”, adiantou ele.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, destacou que o Horasis Global Meeting trouxe visibilidade ao Brasil e, especialmente, ao Estado, transformando-o na “capital do ESG”, com debates produtivos que prometem gerar benefícios para o planeta. “Queremos levar o Estado para o mundo e atrair o mundo para fazer negócios conosco”, ressaltou.
Além de debates estratégicos, o evento também contribuiu com insights para outros projetos de longo prazo, como o “ES 500 Anos”. Nailson Dalla Bernardina, diretor-presidente do ES em Ação, comentou o compromisso do Horasis em fortalecer o Estado para o futuro. “Foram mais de mil participantes nas plenárias e nas sessões, a maioria delas com temas relacionados ao ESG e essa nova economia, o que nos permitiu colher a visão de mundo sobre perspectivas de colocar o Espírito Santo cada vez mais a frente”.
Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Paulo Baraona, reforçou o protagonismo do Estado na agenda ESG. “Acredito que teremos daqui por diante parcerias duradouras que vão nos permitir transformar o debate qualificado em soluções que tragam ganhos para os negócios e para a sociedade”.
Balanço
O Horasis Global Meeting reuniu as maiores lideranças globais que, em mais de 60 sessões e 11 plenárias em três dias, em Vitória (ES), debateram temas sobre mudanças climáticas, energias renováveis, projetos sociais e sustentáveis, políticas públicas, economia, universalização do saneamento básico, inovação, governança, entre outros.
Estiveram presentes nomes como Paul Clements-Hunt, conhecido por ter coordenado a equipe da Organização das Nações Unidas (ONU) que criou o conceito ESG; Rosalía Arteaga, ex-presidente do Equador; Hichem Mechichi, ex-primeiro-ministro da Tunísia; Luis Castiglioni, ex-vice presidente do Paraguai; Mamphela Ramphele, presidente honorária do Club de Rome; Benjamin Butler, da Embaixada do Futuro; Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio Brasil-China; Márcio França, ministro de Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; Veronica Cruz Rios, presidente da Agência Nacional de Águas e Saneamento, entre outros.
Em sua plenária, Butler ressaltou que ficou inspirado com todos os debates durante o Horasis. “Nos três dias, percebi caminhos, pontes para o futuro. A gente pode mobilizar recursos, capital e pessoas para resolver conflitos e paradoxos. E isso só acontece se nos engajarmos como seres humanos. No evento, fizemos reflexões diárias”.
Com um olhar para educação, Arteaga, durante seu painel, disse que é a base para termos uma sociedade com valores éticos e com uma visão ampla sobre o mundo. “O recurso mais importante que um país pode ter é o cérebro das crianças e adolescentes, e não estamos prestando atenção, não estamos dando bons exemplos. Precisamos mais do que nunca falar sobre valores, ética, e a sociedade inteira deve colaborar, além do governo, da mídia, da academia”.
Ramphele também reforçou a importância do envolvimento de jovens lideranças em projetos de preservação do meio ambiente e de causas sociais, e que esse trabalho seja desenvolvido em sinergia com instituições públicas e governamentais engajadas nessas ações.
Centro global e negócios
Além de debates sobre o ESG, o Horasis Global Meeting serviu de palco para a conexão de novos negócios, com a aproximação de executivos e lideranças com o governo e também com empresas.
Hunt destacou que há fundos no mundo com recursos e que procuram oportunidades de investimentos, principalmente em questões relacionadas ao meio ambiente, à governança e ao social. “Com a segurança jurídica e organização, o Espírito Santo seria o local ideal para criar as bases de um centro global de discussão e geração de negócios. O Estado é politicamente estável, tem uma visão ESG, tem um plano de 500 anos, e a comunidade empresarial aqui é muito empreendedora. Acredito que pode vir a ser um modelo, não só para outros estados no Brasil, mas para outras províncias ao redor do mundo”.
O Horasis Global Meeting é uma apresentação da Apex, Sicoob e Cesan, com realização do ES em Ação, Findes/Cindes e Horasis, com patrocínio do Banestes, ArcelorMittal, Vale, Bandes, CNI, ES Gás, Fetransportes, Grupo Águia Branca, Marca Ambiental e Suzano; e apoio de Allemand, Espírito Madeira, Portocel, GVBus e Governo do Estado.