Encerrando a programação dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, a Assembleia Legislativa realizou o Colóquio “Como está o protagonismo das mulheres das religiões de matriz africana?”, na noite de quarta-feira (6). Durante esse período, foram realizadas várias atividades culturais e debates, promovidos pela Procuradoria Especial da Mulher, em parceria com as comissões de Cultura e de Direitos Humanos e entidades que atuam na causa.
O evento dessa quarta foi precedido de oração de Mãe Nélia, seguida de apresentação religiosa com a cantora, compositora, atriz e arte educadora Monique Rocha, que também realizou contação de histórias, que faz parte do seu projeto “A História é Negra”.
Houve também breves saudações das mães de santo Renata Rodrigues Ferrari, Lis Maria da Silva Ferreira Prates e Nélia Aparecida Leite, que participaram da mesa, junto com a deputada Iriny Lopes (PT), a doutora em Psicologia Gilmara Mariosa e a gerente de Políticas de Promoção de Igualidade Racial da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Edneia Conceição de Oliveira.
Iriny iniciou seu pronunciamento pedindo licença aos “ancestrais, às mestras e mestres, griôs, cirandeiras e àquelas e àqueles que vieram primeiro, que lutaram e abriram os caminhos! Não chegamos até aqui sozinhas ou sozinhos, pois independente do lugar em que estamos, nada faz sentido se não nos lembrarmos de onde viemos!”. E completou: “Temos que lutar contra a discriminação aos terreiros de umbanda, que são vitimizados e sofrem com agressões e até incêndios”.
“A vida para nós e conosco é diferente, pois temos nossos desafios e quem vem de qualquer religião que não seja a cristã já vem com a marca do preconceito e da indiferença”, afirmou a parlamentar, que é procuradora da Mulher e presidente da Comissão de Cultura da Ales.
O momento principal do evento foi a palestra da professora Gilmara Mariosa, que é especialista em Gênero e Diversidade na Escola pela Universidade Federal de Minas Gerais. Ela destacou a “luta em defesa das religiões africanas, nas quais predomina o comando das mulheres, mas ressaltou que a discriminação e violência contra os terreiros assusta; por isso, a necessidade de desenvolver políticas de segurança para garantir o protagonismo das mulheres e o respeito à diversidade religiosa”.