
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) reassumiu nesta semana seu mandato na Câmara dos Deputados, após passar três meses afastado por decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Ele havia sido suspenso de forma cautelar em maio deste ano por “proferir manifestações gravemente ofensivas e difamatórias” contra a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT).
Durante o período de afastamento, Gilvan não recebeu o salário parlamentar nem teve acesso às prerrogativas do cargo. No entanto, mesmo com o retorno à atividade legislativa, o processo disciplinar contra ele segue em curso na Câmara. O relator do caso será escolhido entre três deputados sorteados na terça-feira (5): Julio Arcoverde (PP-PI), Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR) ou AJ Albuquerque (PP-CE).
Participação em ato de obstrução na Câmara
Logo em seu primeiro dia de volta à Casa, Gilvan da Federal participou de um protesto articulado por parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ocupou o plenário da Câmara dos Deputados na noite de terça-feira (5). O grupo, com esparadrapos na boca, interrompeu as votações em curso como forma de pressionar a presidência da Casa a pautar o chamado “pacote de paz”.
O pacote é uma série de propostas defendidas pela ala bolsonarista e inclui:
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A anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023;
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O impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF);
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A aprovação de uma PEC que extingue o foro privilegiado para autoridades.
A ação resultou na suspensão das votações no plenário e gerou críticas de outros parlamentares, que classificaram a movimentação como antidemocrática e contrária ao regimento interno da Casa.
Outros deputados participaram do protesto
A mobilização contou com a presença de diversos nomes da bancada de oposição ao governo Lula, incluindo:
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Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)
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Marcel van Hattem (Novo-RS)
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Ubiratan Sanderson (PL-RS)
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Paulo Bilynskyj (PL-SP)
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Marco Feliciano (PL-SP)
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Cabo Gilberto Silva (PL-PB)
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Tenente-Coronel Zucco (PL-RS)
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Delegado Caveira (PL-PA)
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Rodolfo Nogueira (PL-MS)
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Caroline De Toni (PL-SC)
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Domingos Sávio (PL-MG)
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Mário Frias (PL-SP)
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Carlos Jordy (PL-RJ)
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Sargento Gonçalves (PL-RJ)
A liderança do PL e integrantes da oposição indicaram que as ações de obstrução devem continuar nos próximos dias, até que a presidência da Câmara sinalize disposição para negociar as pautas do grupo.
Enquanto isso, o deputado Gilvan da Federal aguarda a definição do relator do seu processo no Conselho de Ética. Caso a denúncia seja considerada procedente, ele poderá enfrentar sanções que vão desde censura verbal até a cassação do mandato.