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Uma sessão da Câmara Municipal de Marilândia, no Noroeste do Espírito Santo, terminou em polêmica e trocas de acusações após a visita do deputado federal afastado Gilvan da Federal (PL) à Escola Família Agrícola (EFA) do município. Durante o encontro legislativo, realizado logo após a passagem do parlamentar pela instituição de ensino, o presidente da Câmara, vereador Adilson Reggiani (MDB), fez declarações duras contra Gilvan e também contra o deputado estadual Lucas Polese (PL), acirrando os ânimos políticos na cidade.
A confusão teve início quando Gilvan da Federal visitou a escola a convite de um vereador local. Durante a visita, o deputado teria gravado um vídeo com críticas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o que provocou grande desconforto entre alunos e professores. A unidade educacional atende, atualmente, mais de 40 estudantes oriundos de assentamentos ligados ao movimento social, o que tornou a fala do parlamentar ainda mais polêmica para a comunidade escolar.
Ofensas e acusações
Na tribuna da Câmara, o presidente do Legislativo municipal, Adilson Reggiani, fez duras críticas à direção da escola por permitir a manifestação do deputado federal, e partiu para o ataque pessoal contra Gilvan. “É uma escola de nome e competência, e o diretor permite a fala de um indigesto desse aí, porque se puxar o currículo dele, você vê que ele é demagogo e xinga todo mundo”, afirmou o vereador, que chegou a chamar o deputado de “animal”.
Mas os ataques não pararam por aí. Reggiani também acusou o deputado estadual Lucas Polese, correligionário de Gilvan, de envolvimento com drogas. “Esse Lucas Polese que fica fumando maconha e cheirando drogas nestas festas, incentivando os filhos, os jovens a ser bandido, não representa o PL”, disparou o vereador, visivelmente exaltado.
Ações judiciais
Diante das acusações, os parlamentares citados reagiram. A assessoria de Lucas Polese divulgou uma nota à imprensa classificando as declarações como “claramente infundadas, gravíssimas e reiteradas”. O texto afirma que as falas partiram de “um político sem qualquer credibilidade ou envergadura moral, envolvido em nepotismo, destruição de patrimônio público e furto”.
A nota ainda sugere motivação política para os ataques: “O vereador é filiado a um partido que trata o deputado como inimigo público. Como as falas extrapolaram os limites do debate político, serão tomadas todas as medidas legais cabíveis”.
O deputado federal Gilvan da Federal também informou que acionará judicialmente o presidente da Câmara de Marilândia. Em nota, afirmou que irá processar Adilson Reggiani nas esferas criminal e cível. “Já estou providenciando as representações com meus advogados”, declarou.
Repercussão política
O caso teve grande repercussão política na região e nas redes sociais. A Escola Família Agrícola de Marilândia é conhecida pelo trabalho com jovens de comunidades rurais, inclusive filhos de assentados, e mantém metodologias pedagógicas baseadas na alternância entre o campo e a escola. O episódio levanta discussões sobre liberdade de expressão, uso do espaço escolar e os limites do embate político.
Enquanto isso, a Câmara Municipal de Marilândia segue sob tensão, com o episódio se tornando mais um capítulo do embate político entre representantes da direita e parlamentares aliados a movimentos populares.