Foto: arquivo pessoal Dra. Elisângela Cozzer. Fotógrafo: Ronaldo Cobra.
Bonecas hiper-realistas, carrinhos de bebê e adultos que desenvolvem vínculos afetivos intensos com objetos inanimados. O que poderia soar como uma nova tendência estética ou uma curiosidade inofensiva das redes sociais, na verdade, revela algo mais profundo e preocupante: um reflexo claro da fragilidade emocional de uma geração inteira.
O fenômeno dos Bebês Reborn — bonecas produzidas para parecerem recém-nascidos, com detalhes tão realistas que chegam a enganar o olhar — vem ganhando espaço não só nas vitrines virtuais, mas no cotidiano de muitos adultos. E para a Dra. Elisângela Cozzer, profissional referência nacional em saúde estética e bem-estar integral, esse comportamento é mais do que um modismo: é um sintoma coletivo de desconexão emocional.
“Uma paciente me procurou por causa da queda capilar no pós-parto. Perguntei sobre a idade do bebê e ela respondeu: ‘seis meses’. Em seguida, puxou o carrinho e me mostrou uma boneca robô. Ali eu percebi que algo muito sério estava acontecendo”, relata a doutora, com olhar clínico e sensibilidade social.
Segundo ela, o aumento de casos como esse dentro das clínicas não pode ser ignorado. “Há uma linha muito tênue entre o simbólico e o real, e muitas pessoas estão ultrapassando essa linha em silêncio. O afeto está sendo projetado em objetos porque está faltando em nós mesmos. E isso precisa ser discutido com responsabilidade”.
Formada inicialmente em enfermagem, atualmente biomédica em fase final de graduação, com especializações em Estética Avançada, Tricologia, Saúde Pública e Urgência e Emergência, Dra. Elisângela vem sendo uma das vozes mais ativas no debate sobre o impacto emocional da estética moderna. Com mais de 10 anos de atuação, ela defende uma abordagem mais consciente e equilibrada — em que a beleza exterior seja reflexo de saúde interior, e não uma tentativa de preencher o vazio.
“Autocuidado temporário não constrói saúde permanente”, costuma afirmar a Dra. Em outras palavras, não adianta os excessos em procedimentos se o corpo continua pedindo socorro em silêncio.
A febre dos Bebês Reborn, para ela, é apenas uma das faces do problema. A outra, mais silenciosa, está no número crescente de pessoas que buscam transformações estéticas drásticas sem lidar com a própria imagem real. É o que a ciência classifica como transtorno dismórfico corporal — uma desconexão entre como a pessoa é e como ela se vê.
“Estamos substituindo a conexão humana por estímulos vazios. Enquanto as crianças se perdem nas telas, os adultos brincam de boneca. E, no meio disso tudo, vamos perdendo o essencial: a verdade, o toque, o afeto, a escuta”, alerta.
Não por acaso, essas reflexões são parte central do seu livro “Estética Mente Saudável”, publicado em 2024. A obra une os pilares da estética com a epigenética, a saúde mental e o envelhecimento saudável. Em vez de prometer juventude eterna, o livro propõe uma beleza mais consciente, que respeita o tempo, os traços individuais e os ciclos de cada mulher.
Foto: arquivo pessoal Dra. Elisângela Cozzer. Fotógrafo: Ronaldo Cobra.
E talvez esse olhar, tão raro na estética atual, explique o reconhecimento público que a Dra. Elisângela recebeu recentemente. No último dia 27 de maio, ela foi homenageada com o Título de Colonização do Solo Espírito-Santense, em cerimônia realizada no auditório da Prefeitura de Vitória. A honraria é concedida a personalidades que impactam positivamente a sociedade capixaba — e, no caso de Elisângela, o impacto vem sendo profundo, constante e transformador.
Foto: Vereador Dalto Neves e Dra. Elisângela Cozzer.
Arquivo pessoal Dra. Elisângela Cozzer. Fotógrafo: Ronaldo Cobra.
“A estética precisa ser espelho da alma — e não máscara do vazio”, diz ela, com a firmeza de quem acredita no que vive, e com a delicadeza de quem entende o outro como extensão de si mesma.
Ao final, ela ainda costuma citar uma das frases que carrega para a vida, do ator Richard Gere:
“Não há tempo para mais nada. Assim é a vida e ninguém escapa vivo deste mundo. Ainda dá tempo, então viva por prazer, amanhã pode não ser mais. Coma o que quiser, caminhe ao sol, tome banho de mar… Diga a verdade quando sentir. Seja louco, seja tolo. Seja estranho. Seja você mesmo, não há tempo para mais nada.”
E talvez seja justamente isso que ela ensina todos os dias: ainda dá tempo. Para cuidar do corpo com afeto, da mente com presença, da vida com mais verdade. Porque saúde — como ela diz — não se constrói com pressa, nem se sustenta com superficialidade.
Foto: arquivo pessoal Dra. Elisângela Cozzer. Fotógrafo: Cloves Louzada.
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