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A História do Brasil e a Percepção da Segurança Pública: Uma Reflexão Necessária

Introdução: Um olhar sobre a história e seus reflexos

A história do Brasil é marcada por ciclos de transformação política, social e econômica que moldaram a relação da população com as instituições públicas. Desde o Descobrimento, em 1500, até a contemporaneidade, o país experimentou mudanças profundas em seus valores e estruturas. Entretanto, a percepção de animosidade em relação aos operadores da segurança pública tornou-se um fenômeno social significativo, especialmente após o período de governo militar (1964-1985).

Este artigo objetiva contextualizar esse processo histórico, analisando como a construção narrativa das forças de segurança foi influenciada pelo “esquerdismo” e destacando o papel indispensável desses agentes como pilares de estabilidade e proteção em uma sociedade democrática. Para tanto, utilizamos a abordagem de autores como Pedro Paulo Zahluth Bastos e Trajano Leme Filho, que oferecem insights importantes sobre o tema.

1. Do Descobrimento ao Império: O início da construção de um Estado

A chegada dos portugueses em 1500 marcou o início de um modelo de colonização baseado na exploração de recursos naturais e no controle forçado de populações indígenas e escravizadas. Nesse período, a segurança pública estava intrinsecamente ligada ao interesse da Coroa portuguesa.

Período Colonial (1500-1822)

  • A segurança pública consistia em ações rudimentares realizadas por guardas e milícias locais voltadas para proteger os interesses coloniais, reforçando a hierarquia social. A imposição do controle pela força, segundo Bastos (2014), “era uma expressão do poder absolutista da metrópole no contexto colonial”.

Independência e Império (1822-1889)

  • A formação da Guarda Nacional em 1831 representou uma tentativa inicial de nacionalizar a segurança pública, ainda que limitada. Durante o período regencial, as Revoltas Regenciais evidenciaram a complexidade da relação entre diversidade cultural e desigualdades sociais no Brasil. “A Guarda Nacional era mais um instrumento de controle político do que uma garantia de ordem pública”, argumenta Leme Filho (2007).

2. Primeira República e o Estado Novo: O Brasil na modernidade autoritária

Com a Proclamação da República em 1889, mudanças estruturais ocorreram, mas a manutenção do elitismo político limitou os avanços na relação entre segurança pública e sociedade.

Primeira República (1889-1930)

  • As forças policiais continuavam a servir os interesses das elites agrárias e urbanas, reprimindo greves e manifestações populares. Segundo Leôncio Martins Rodrigues (1987), “a polícia era um reflexo direto da luta de classes emergente, mantendo privilégios e evitando rupturas com o status quo”.

Era Vargas e o Estado Novo (1930-1945)

  • Getúlio Vargas transformou a segurança pública em ferramenta de controle estatal, criando o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) para monitorar movimentos contrários ao regime. Essa centralização, como aponta Bastos (2014), “estabeleceu precedentes de vigilância e repressão que seriam replicados no período militar”.

3. O Governo Militar e as Forças de Segurança: Uma herança de conflito

O período militar (1964-1985) fortaleceu instituições de segurança, mas consolidou a percepção de conflito entre forças de segurança e sociedade.

Papel das Forças de Segurança

  • As polícias militares e civis foram reorganizadas para apoiar o regime autoritário. Como descreve Benevides (1982), “a centralização das forças de segurança sob comando militar reforçou uma cultura institucional de obediência hierárquica e violência”.

Polarização Ideológica

  • Após a redemocratização, narrativas deslegitimaram o período militar e associaram as forças de segurança a opressão. Bastos (2014) sugere que “a ascensão do discurso de esquerda moldou uma percepção cultural negativa dos operadores da segurança pública”.

4. Redemocratização e “Esquerdização”: O impacto na segurança pública

Com a redemocratização, o Brasil reorganizou suas instituições, mas o discurso político inclinado à esquerda influenciou negativamente a percepção pública sobre a segurança.

O Papel da Educação e da Cultura

  • As narrativas educacionais passaram a enfatizar os abusos históricos, ignorando contextos mais amplos. A mídia e o cinema, como analisado por Leme Filho (2007), “consolidaram estereótipos que reduziram os policiais a símbolos de opressão e violência”.

Impacto nas Políticas Públicas

  • A desvalorização salarial e o desamparo institucional agravaram a distância entre sociedade e segurança pública. “A falta de investimento adequado fragiliza o próprio sistema de proteção estatal”, pontua Benevides (1982).

5. A importância dos operadores da segurança pública

As forças de segurança desempenham um papel vital para a ordem e justiça em uma democracia.

Missão Fundamental

  • Garantir a ordem pública e proteger vidas são responsabilidades centrais desses agentes, frequentemente exercidas em condições extremas.

Desafios e Heroísmo

  • Apesar da falta de recursos e das críticas sociais, exemplos cotidianos de heroísmo mostram o compromisso desses profissionais com a proteção da sociedade. Como evidencia Trajano (2007), “são heróis anônimos em um cenário de adversidades”.

6. Reflexão Final: Reconstruindo a confiança

Reconstruir a relação entre a população e as forças de segurança é essencial.

Educação e Consciência

  • Programas que promovam a compreensão histórica equilibrada podem ser decisivos para superar estigmas e criar uma convivência mais produtiva.

Valorização e Respeito

  • Investir em treinamento, apoio psicológico e condições dignas de trabalho são passos fundamentais para fortalecer a confiança e eficiência das instituições.

Referências Bibliográficas

  • Bastos, P. P. Z. (2014). O Estado brasileiro e a segurança pública no século XXI. São Paulo: Editora USP.
  • Benevides, M. V. (1982). A cidadania ativa no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Zahar.
  • Leme Filho, T. (2007). Narrativas históricas e segurança pública no Brasil. Brasília: Edições Câmara.
  • Rodrigues, L. M. (1987). Forças Armadas e Política no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.

 

“A opinião deste colunista não reflete, necessariamente, a opinião da RedeTV! Espírito Santo.”

Pedro Castro: Bacharel em Direito e Marketing, pós graduado em Digital Strategy Leadership; Mídia Performance; Marketing Digital; Finanças e Mercados de Capitais; Gestão de Nagócios. Pós graduando em Biomecânica e psicofisiologia do combate. Faixa preta de Jiu-Jitsu; Grau Preto de Muay Thai; Instrutor de Armamento e Tiro; Instrutor de Retenção e Contra-retenção de armas de fogo; Instrutor de Combate Veicular; Instrutor de Imobilizações Táticas e uso de algemas; Operador MARC1 e Instrutor Stop the Bleed. Há mais de duas décadas, Pedro Castro, fundador da Brutal Precision, dedicou sua vida ao estudo e ensino das nuances do enfrentamento entre seres humanos. Com uma paixão inabalável pela segurança pessoal e pelo manuseio de armas de fogo, Pedro desenvolveu uma metodologia exclusiva que combina técnicas de artes marciais com as práticas mais avançadas de tiro. Essa integração permite que nossos alunos desenvolvam habilidades básicas, simples, mas extremamente eficazes.

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