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DESCUBRA 4 CAUSAS E 5 SOLUÇÕES PARA A GORDURA NO FÍGADO (ESTEATOSE HEPÁTICA)

DESCUBRA 4 CAUSAS E 5 SOLUÇÕES PARA A GORDURA NO FÍGADO (ESTEATOSE HEPÁTICA)

 

A Relação da Alimentação com a Gordura no Fígado

A gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática, é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura nas células hepáticas. Normalmente, o fígado tem a capacidade de armazenar uma pequena quantidade de gordura, mas quando essa quantidade se torna excessiva, pode levar a complicações, como a inflamação hepática (esteato-hepatite), e até condições mais graves, como a cirrose hepática.

A alimentação desempenha um papel crucial no desenvolvimento e na progressão dessa condição. Para entender como isso acontece, é necessário explorar as interações entre a dieta e os mecanismos bioquímicos que regulam o metabolismo da gordura no fígado.

Fatores que Contribuem para o Acúmulo de Gordura no Fígado

O fígado é o principal órgão responsável pelo metabolismo de lipídios (gorduras) e carboidratos no corpo. Quando a ingestão de calorias excede a capacidade do corpo de utilizá-las para energia, o excesso é armazenado sob a forma de gordura. Em condições normais, o fígado converte esses nutrientes excedentes em ácidos graxos, que podem ser armazenados no próprio fígado ou em outras partes do corpo, como o tecido adiposo. No entanto, quando há desequilíbrios no processo metabólico, essa gordura se acumula de forma excessiva nas células hepáticas, levando à esteatose hepática.

Entre os principais fatores alimentares que contribuem para o acúmulo de gordura no fígado estão:

  1. Excesso de calorias e ganho de peso

O consumo excessivo de calorias, principalmente de alimentos ricos em gordura saturada e carboidratos refinados, está intimamente ligado ao acúmulo de gordura no fígado. A obesidade é um fator de risco importante para a esteatose hepática, pois o excesso de gordura no corpo pode aumentar a quantidade de gordura no fígado. Além disso, a obesidade altera a função metabólica do fígado, o que facilita a acumulação de lipídios.

  1. Dieta rica em carboidratos simples

Carboidratos simples, como os encontrados em alimentos processados, açúcares refinados e refrigerantes, podem contribuir para o desenvolvimento da gordura no fígado. Quando esses carboidratos são consumidos em grandes quantidades, eles elevam rapidamente os níveis de glicose no sangue, o que leva à liberação de insulina. Esse hormônio, que é responsável por armazenar a glicose no corpo, também pode promover o acúmulo de gordura no fígado. Dietas ricas em carboidratos simples estão associadas a um aumento da resistência à insulina, um fator chave na progressão da esteatose hepática.

  1. Consumo excessivo de gordura saturada e trans

A gordura saturada, presente principalmente em alimentos de origem animal, como carnes gordurosas, queijos, leite integral e manteiga, tem sido associada ao desenvolvimento de gordura no fígado. A gordura trans, encontrada em alimentos processados, como biscoitos e frituras, também exerce um efeito negativo sobre a saúde hepática. Essas gorduras podem aumentar a inflamação no fígado, o que contribui para o desenvolvimento de doenças hepáticas, além de favorecer o acúmulo de gordura.

  1. Álcool

O consumo excessivo de álcool é um dos principais responsáveis pela gordura no fígado, especialmente na forma de esteatose hepática alcoólica. O álcool interfere no metabolismo das gorduras e contribui para o acúmulo de lipídios nas células hepáticas. Embora a esteatose hepática alcoólica seja um problema comum entre os consumidores excessivos de álcool, a gordura no fígado também pode ocorrer em pessoas que consomem quantidades menores, mas de forma regular.

Como descobrir se tenho a gordura no fígado?

O diagnóstico de gordura no fígado, ou esteatose hepática, pode ser feito de diferentes maneiras, e o processo envolve uma combinação de avaliação clínica, exames de imagem e testes laboratoriais. Vou te explicar com mais detalhes como o diagnóstico é realizado.

1. Histórico Clínico e Exame Físico

O diagnóstico inicial de gordura no fígado muitas vezes começa com uma consulta, na qual profissional vai revisar o histórico de saúde do paciente, questionando sobre fatores de risco como:

  • Consumo excessivo de álcool
  • Histórico de obesidade
  • Dieta desequilibrada (ricos em gorduras e açúcares)
  • Doenças metabólicas (como diabetes tipo 2 ou síndrome metabólica)
  • Uso de medicamentos que podem afetar o fígado
  • Histórico familiar de doenças hepáticas

O médico também pode realizar um exame físico para verificar sinais de problemas hepáticos, como:

  • Hepatomegalia (aumento do fígado)
  • Icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos, em casos mais graves)
  • Alterações em outros órgãos que podem indicar complicações, como sinais de diabetes ou hipertensão.

2. Exames Laboratoriais

Exames laboratoriais podem ser usados para identificar anormalidades no fígado que podem sugerir a presença de gordura hepática. Os testes mais comuns incluem:

  • Exames de função hepática (enzimas hepáticas): Medições dos níveis de enzimas hepáticas no sangue, como ALT (alanina aminotransferase), AST (aspartato aminotransferase), GGT (gama-glutamil transferase) e bilirrubina. Embora esses testes não possam diagnosticar diretamente a gordura no fígado, valores elevados podem indicar algum problema hepático.
    • ALT e AST: Quando esses níveis estão elevados, pode ser um sinal de que o fígado está inflamado ou danificado, o que pode ocorrer em casos de esteatose hepática.
    • GGT: A elevação dessa enzima pode ser um indicador de consumo excessivo de álcool ou de gordura no fígado.
  • Exames de colesterol e glicemia: Testes para avaliar níveis elevados de colesterol total, triglicerídeos, glicose e insulina podem ajudar a entender a saúde metabólica geral do paciente e identificar condições como resistência à insulina e síndrome metabólica, que são fatores de risco para a gordura no fígado.

Embora esses exames laboratoriais possam indicar possíveis problemas no fígado, eles não são específicos para diagnosticar gordura hepática.

3. Exames de Imagem

Os exames de imagem são uma das formas mais precisas para detectar a presença de gordura no fígado. Alguns dos métodos mais utilizados incluem:

  • Ultrassonografia abdominal: Este é o exame de imagem mais comum para o diagnóstico da gordura no fígado. A ultrassonografia pode detectar o acúmulo de gordura nas células hepáticas, mostrando uma imagem do fígado “mais brilhante” ou com aparência de gordura. Este exame é não invasivo e relativamente acessível, sendo amplamente utilizado como primeira opção.
  • Tomografia computadorizada (TC): A TC pode ser usada para avaliar a quantidade de gordura no fígado, mas ela não é tão sensível quanto a ultrassonografia para detectar esteatose hepática em estágios iniciais. Ela pode ser utilizada quando a ultrassonografia não fornecer resultados claros ou quando há suspeita de complicações.
  • Ressonância magnética (RM): A ressonância magnética é uma opção mais avançada e mais cara, mas pode fornecer uma avaliação mais detalhada e precisa da quantidade de gordura no fígado. A RM é útil para quantificar a gordura hepática e avaliar se há outras alterações hepáticas associadas.
  • Elastografia hepática (FibroScan): Embora este exame seja mais usado para avaliar a fibrose hepática (cicatrização do fígado), ele pode ser utilizado em algumas situações para avaliar a rigidez do fígado, que pode estar relacionada à gordura acumulada e à progressão para esteato-hepatite ou cirrose.

4. Biópsia Hepática (em casos específicos)

Em casos em que há dúvidas sobre o diagnóstico ou quando a doença parece estar avançada, a biópsia hepática pode ser recomendada. Neste exame, uma pequena amostra do fígado é retirada por meio de uma agulha e analisada em laboratório para verificar a quantidade de gordura presente e se há sinais de inflamação ou cicatrização do fígado (fibrose).

Embora a biópsia seja o padrão-ouro para avaliar a gravidade da gordura hepática e para diferenciar entre tipos de doenças hepáticas, ela não é um exame de rotina devido à sua invasividade e riscos associados. Normalmente, é indicada quando o médico suspeita de um estágio mais grave da doença ou de complicações.

5. Critérios de Diagnóstico

O diagnóstico de gordura no fígado geralmente é feito com base na combinação dos seguintes fatores:

  1. Achados clínicos e históricos: O médico avalia a história do paciente, fatores de risco e sintomas, embora a esteatose hepática frequentemente seja assintomática nos estágios iniciais.
  2. Exames laboratoriais: A análise das enzimas hepáticas e dos parâmetros metabólicos pode sugerir anormalidades hepáticas, embora não seja um diagnóstico definitivo de gordura no fígado.
  3. Exames de imagem: A ultrassonografia é frequentemente a primeira escolha para confirmar a presença de gordura no fígado. Exames de imagem mais avançados podem ser usados para quantificar a gordura ou verificar complicações.
  4. Exclusão de outras causas: O diagnóstico de esteatose hepática é feito quando outras condições que podem causar gordura no fígado, como doenças virais (hepatite), doenças autoimunes ou o uso de medicamentos, são descartadas.

Como a Alimentação Pode Prevenir ou Tratar a Gordura no Fígado?

Embora o acúmulo de gordura no fígado esteja fortemente relacionado a fatores alimentares, mudanças na dieta podem ser uma maneira eficaz de prevenir e até tratar a condição. Algumas orientações dietéticas podem melhorar a função hepática, reduzir a quantidade de gordura no fígado e diminuir a inflamação associada à esteatose hepática.

  1. Reduzir a ingestão de calorias

Uma das estratégias mais eficazes para combater a gordura no fígado é reduzir a ingestão calórica. A perda de peso, especialmente a redução de gordura abdominal, tem um impacto positivo na saúde do fígado. Mesmo uma perda modesta de peso, como 5-10% do peso corporal, pode resultar em uma melhora significativa nos níveis de gordura hepática.

  1. Aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras

A fibra dietética, encontrada em frutas, vegetais, grãos integrais e leguminosas, pode ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue e reduzir o acúmulo de gordura no fígado. As fibras auxiliam no controle do peso e no equilíbrio do metabolismo, prevenindo picos de glicose que podem levar ao depósito de gordura hepática.

  1. Consumir gorduras saudáveis

Substituir gorduras saturadas e trans por gorduras insaturadas pode ajudar a proteger o fígado. Alimentos como azeite de oliva, abacate, nozes, sementes e peixes ricos em ácidos graxos ômega-3 (como salmão, sardinha e atum) possuem propriedades anti-inflamatórias e podem reduzir o acúmulo de gordura no fígado.

  1. Evitar o consumo de açúcar refinado

Reduzir a ingestão de alimentos ricos em açúcares refinados é fundamental. Isso inclui refrigerantes, doces, bolos e pães brancos. O excesso de açúcar, especialmente a frutose (presente em xaropes e bebidas adoçadas), está diretamente associado ao aumento da gordura hepática. A frutose, quando consumida em grandes quantidades, é metabolizada no fígado e pode ser convertida em gordura.

  1. Evitar ou moderar o consumo de álcool

A moderação no consumo de álcool é crucial para manter a saúde do fígado. Limitar a ingestão a pequenas quantidades ou, de preferência, eliminar o consumo de álcool pode prevenir o agravamento da gordura no fígado e suas complicações associadas.

A Importância de um Estilo de Vida Saudável

Além das mudanças alimentares, adotar um estilo de vida saudável é essencial para a saúde do fígado. A prática regular de exercícios físicos ajuda a controlar o peso, melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir a inflamação no fígado. O exercício aeróbico e o treinamento de força são particularmente eficazes na prevenção e no tratamento da gordura no fígado, pois ajudam a melhorar a função metabólica geral.

Conclusão

A alimentação tem um papel fundamental na saúde do fígado e na prevenção da gordura hepática. Uma dieta equilibrada, com foco em alimentos nutritivos e pobres em gorduras saturadas, carboidratos refinados e açúcares simples, pode não apenas prevenir o acúmulo de gordura no fígado, mas também auxiliar no tratamento de quem já apresenta a condição. Além disso, adotar hábitos saudáveis, como a prática regular de atividades físicas, o controle do peso e a moderação no consumo de álcool, pode reduzir significativamente os riscos de complicações hepáticas graves. Manter um estilo de vida saudável e adotar uma alimentação balanceada são, portanto, essenciais para garantir a saúde do fígado e do corpo como um todo.

 

“A opinião deste colunista não reflete, necessariamente, a opinião da RedeTV! Espírito Santo.”

Camila Fernandez de Oliveira, nascida e criada em Cuiabá MT até os 17 anos, quando mudou para Franca SP e em 2020 no meio da pandemia se mudou para Vila Velha ES e se encontrou morando uma quadra do mar! Teve uma infância comendo de tudo e mais um pouco e até fortificante para comer mais, com isso veio o ganho de peso que foi eliminado há anos através da sua formação que é Nutrição, onde se formou em Franca SP e diz que salvou a própria vida através da profissão treinando seu corpo e mente para alcançar resultados incríveis! Coautora do livro “O que estou fazendo da minha vida, junto de mais 32 empresários contando suas história da importância de conexões que transformam! Este livro vai foi lançado essa semana em Alphaville SP com empresários do mundo todo, com objetivo de fortalecer conexões deixando o seu legado e inspirando a vida de muito mais pessoas através da sua história!

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