A presença e as conquistas das mulheres no esporte capixaba foram celebradas pela Comissão de Turismo e Desporto da Assembleia Legislativa do Espírito Santo na noite desta segunda-feira (18). A reunião contou com a presença de diversas personalidades da área, como a presidente da Federação do Espírito Santo de Ginástica, Mônika Queiroz. Ela comandou a Seleção Brasileira da modalidade nas Olimpíadas de Pequim 2008 e do Rio 2016 e, desde 2011, desenvolve um projeto de escolas de treinamento para novos talentos do esporte no estado.
“Isso dá um conforto muito grande para nós professores, porque a gente aprende com essa nova forma de olhar a mulher, que ela pode tudo, ela pode ser atleta, ela pode ser treinadora, ela pode ser gestora, ela pode ser senadora, ela pode ser presidente do país em função daquilo que ela vai ter lá na base do esporte, que é a cidadania”, declarou Mônika.
Gestão esportiva
As dificuldades de acesso e de afirmação de mulheres no esporte, em especial na gestão esportiva, foi ressaltada pela vice-presidente da Federação de Jiu-Jitsu do Espírito Santo, Michelle Guasti de Jesus.
“Ao longo da história do esporte, foram e são distintos os apoios, as visibilidades, as oportunidades, as relações de poder conferidos às mulheres, seja na ordem da participação, seja na gestão e administração. O esporte se traduz como um importante elemento para a promoção de maior visibilidade das mulheres no espaço público”, pontuou Michelle.
Combate ao preconceito
Com 33 anos de experiência na prática do kickboxing, a presidente da federação capixaba da modalidade, Demervania de Souza, falou do desafio de desmistificar preconceitos e combater o machismo dentro das artes marciais.
“Nos primórdios das lutas, a mulher era proibida de fazer arte marcial, assim como um futebol, porque se julgava que era muito agressivo para o feminino, e a mulher foi provando ao longo do seu caminho que não. Mesmo porque o esporte não é agressividade, é conhecimento, é técnica, e a mulher foi provando que ela é, sim, capaz de demonstrar isso”, reforçou Demervania.
Representatividade das mulheres
Essa capacidade e dedicação feminina se reflete em resultados. A atleta contou que atualmente, cinco das seis medalhas de ouro do Brasil no campeonato Waco da Associação Mundial de Organizações de Kickboxing foram conquistas por mulheres. “Temos avançado, mas ainda falta muito. Nos falta sermos ouvidas e termos visibilidade para incentivar também outras mulheres a avançar no esporte”, concluiu Demervania.
A deputada Janete de Sá (PSB) reforçou a importância da representatividade feminina no esporte e na governança. “A trajetória de vocês precisa ser mais bem divulgada. As mulheres do esporte precisam se unir e brigar para ocupar esses espaços, esses espaços de gestão de poder”, afirmou.
Também participaram da reunião a vice-presidente da Federação de Capixaba de Tritlon, Giovana Tebaldi Silveira Nogueira; a gerente de esportes da Prefeitura de Vitória, Sara Marques; e a técnica da equipe de vôlei Viva Adaptado, Katia Siquara. Além delas, o deputado Allan Ferreira (Podemos), os vereadores Aldi Maria Caliman e Ivanildo Almeida, de Venda Nova, e o atleta de kickboxing Denis da Silva Junior.
Ao final da reunião, o presidente do colegiado, deputado Coronel Weliton (PRD), falou da necessidade de políticas públicas para o setor. “O Espírito Santo tem uma vocação natural com grandes atletas renomados e com conquistas mundiais. Mas as políticas públicas voltadas para essa atividade precisam ser melhoradas, difundidas, com investimento significativo do Estado. O esporte é um direito constitucional do cidadão e nós queremos que o esporte esteja dentro dos futuros orçamentos, tanto do Estado quanto também dos municípios”, concluiu.