Durante a fase das Comunicações da sessão híbrida desta terça-feira (29), o deputado Lucas Polese (PL) cobrou do Executivo estadual um programa de investimentos mais focado na região atingida pela lama da Samarco em 2015, a partir da indenização que o ES terá a partir do recente acordo de repactuação assinado entre Espírito Santo, Minas Gerais, Governo Federal, Ministério Público, Defensorias Públicas e as empresas responsáveis pela barragem de Mariana (MG) (Samarco, Vale e BHP).
“A gente tem recebido muita cobrança lá da nossa região por conta de uma prioridade do governo em detalhar projetos de destinação de verbas que não são nem para as áreas da Bacia do Rio Doce, que foram tão prejudicadas na época”, alertou.
Polese defendeu que a “primeira a ser lembrada” não pode ser a BR-262, apesar da importância da via. “A prioridade que temos visto, não que eu seja contra de empregar recursos para aprimorar a logística do estado, mas a gente tem as rodovias da região de Colatina, que não teve nenhum anúncio de destinação desses bilhões”.
“O pagamento da indenização da empresa tem que ter uma prioridade ali nas áreas atingidas, ter uma indenização coletiva para a região de todos os danos causados. A gente não vê prioridade nenhuma (…). Depois de muita pressão dos cidadãos das regiões afetadas, o governo fala que vai investir alguma coisa, uma ponte ou um hospital, mas sem detalhar nada”, finalizou o parlamentar.
Segundo informações do Poder Executivo, dos R$ 17 bilhões que a gestão estadual terá responsabilidade direta, R$ 3 bilhões irão para ações de qualidade ambiental e para serviços públicos na Bacia do Rio Doce e no litoral norte.
Outros R$ 7,2 bi serão repartidos em ações voltadas à: reestruturação para pesca e aquicultura (R$ 450 mi); enchentes, desastres naturais e recuperação ambiental (R$ 1 bi); mobilidade – incluindo a duplicação da BR-262 (R$ 2,3 bi); e saneamento (R$ 3,46 bi). Haverá uma reserva de R$ 6,5 bilhões para novos projetos, segundo o governador, com prioridade aos atingidos.