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EDP registra aumento de quase 13% no consumo de energia no primeiro semestre de 2024 no ES

O consumo de energia registrado nos 70 municípios do Espírito Santo abastecidos pela EDP, distribuidora de energia elétrica do Estado, entre janeiro e junho de 2024, foi 12,56% maior do que o do mesmo período do ano passado. Este cenário está em linha com as projeções do Operador Nacional do Sistema (ONS) e da tendência apresentada pelo mais recente Boletim Trimestral de Consumo de Eletricidade da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
O aumento regional de consumo no semestre chegou a 688.346 MW/h (Megawatts/hora), energia que daria para abastecer uma cidade como Vitória, com mais de 323 mil habitantes, por quase 4 meses. Os municípios de Vitória, Serra e Vila Velha, com variações de 4%, 22% e 9%, respectivamente, apresentaram maior elevação no consumo de energia do primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior.
No relatório de julho, o ONS informou que a tendência é de que “a demanda de carga volte a apresentar um crescimento, assim como verificado nos (meses) anteriores”. Em junho, a sinalização era de encerrar o primeiro semestre do ano com um comportamento de crescimento.
Para a EPE, a análise do comportamento de consumo demonstrou que o desempenho positivo do setor de comércio e serviços e as altas temperaturas no país estimularam o aumento no primeiro trimestre de 2024. De acordo com a pesquisa de abrangência nacional, a classe residencial correspondeu ao maior índice de aumento, de 12,3%. As classes comercial e industrial também tiveram expansão significativa, com 8,4% e 3,8%, respectivamente.
“Entre os clientes residenciais, o aumento do consumo de energia está diretamente relacionado às mudanças de hábito das famílias em períodos de calor intenso, tais como manter aparelhos de ar-condicionado e ventiladores ligados por mais tempo, além do próprio impacto da temperatura que exige mais dos equipamentos de refrigeração para manter a mesma eficiência”, destaca o gestor da EDP, Filipe Lima
Entenda por que o consumo aumenta  
Com as mudanças climáticas e temperaturas acima da média, a demanda por energia elétrica para climatização e refrigeração também se intensifica. Mesmo sem mudança de hábitos, aparelhos como geladeira, freezer e ar-condicionado consomem mais energia para entregar a mesma eficiência. Em dias muito quentes, o consumo de um refrigerador pode aumentar até 20% a cada 5°C a 10°C acima da temperatura ambiente padrão para a qual o equipamento foi projetado. Esse percentual pode ser ainda maior quando o aparelho é usado diariamente, com abertura de portas, por conta da troca de calor com o meio externo.
Além disso, o aumento do consumo de energia ainda pode variar com base nas condições e características do refrigerador. Esse efeito sazonal indica que, mesmo que uma família mantenha seu comportamento de consumo inalterado, é provável que isso se reflita nas próximas faturas.
O consumo no inverno
Mesmo com o início de um inverno menos rigoroso, é importante ficar atento nesse período ao aumento do consumo dos aparelhos que utilizam a resistência, caso do chuveiro e dos aquecedores. O chuveiro elétrico, por exemplo, pode representar de 25% a 35% do consumo total de uma residência. Em uma família de quatro pessoas, em que cada uma leva 7 a 8 minutos no banho, podemos obter uma média diária de cerca de 30 minutos de uso do chuveiro. Considerando o consumo do equipamento de 5,5 kWh por dia, o consumo de energia só para o equipamento será de cerca de 82 kWh no mês, o que representaria o acréscimo médio na conta de energia de R$ 60,00 (sem considerar impostos e adicionais de bandeira tarifária).
Diante desse cenário, a EDP reforça aos consumidores a importância de adotar medidas para o uso consciente de energia pelos e dá dicas de economia para minimizar o impacto no orçamento:
Uso consciente de eletrodomésticos  
 
– Opte por usar máquinas de lavar em sua capacidade máxima. O mesmo vale para o ferro de passar roupa. O ideal é reunir um volume de peças e passar todas de uma vez.
– A geladeira corresponde em média a 30% do consumo total de uma casa. Antes de abrir a geladeira, pense no que precisa e diminua o tempo em que a porta ficará aberta.
– A geladeira deve ficar longe de locais quentes, como fogão ou locais que pegam sol. Ajustar a temperatura interna também pode ajudar a economizar.
– Não seque roupas atrás da geladeira e não guarde alimentos muito quentes. Faça sempre o degelo do aparelho, caso o modelo não seja frost free.
– Com relação ao televisor é importante não deixar o aparelho ligado sem ninguém assistindo, assim como outros eletroeletrônicos que devem ser retirados da tomada.
– Evite deixar aparelhos em stand-by e desligue-os quando não estiverem em uso.
– Com o calor, hábitos de inverno devem ser deixados de lado. O chuveiro deve estar na posição “verão” ou, preferencialmente, com a energia elétrica desligada.
–  O uso diário de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado é necessário, mas em dias com temperaturas amenas prefira o ventilador. O aparelho de ar-condicionado consome mais energia. Se for usá-lo, coloque-o na temperatura de 23 graus, ou maior, e programe para que desligue automaticamente.
Aproveitamento da luz natural  
 
– Mantenha cortinas e persianas abertas durante o dia para aproveitar a luz solar e reduzir a necessidade de iluminação artificial.
– Sempre que deixar um ambiente, desligue a luz.
– Opte por equipamentos mais eficientes, como lâmpadas LED e aparelhos classificados como de alta eficiência energética para ajudar a reduzir o consumo e os custos.
Manutenção de Equipamentos e instalação elétrica
– Assegure-se de que aparelhos e sistemas de climatização estejam em bom estado de funcionamento, realizando manutenções preventivas regularmente.
– Ao adquirir um produto, o ideal é que o consumidor esteja atento às classificações que constam no selo Procel, que varia de A (mais eficiente) a G (menos eficiente). Opte sempre pelo aparelho de consumo A.
– Sempre manter a instalação interna da residência em bom estado de conservação e com as cargas bem dimensionadas nas tomadas para evitar sobreaquecimento da rede e a chamada fuga de corrente, que aumentam o consumo de energia e trazem risco à segurança de todos, com possibilidade de curto-circuito e até de incêndio.
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