Duas estações sismográficas temporárias foram instaladas no Norte do Espírito Santo no fim de junho para reforçar o monitoramento da atividade tectônica na região. Os equipamentos, que permanecerão em operação por dois anos, têm como finalidade contribuir para o mapeamento de riscos sísmicos no estado, que já contabiliza 45 tremores desde o século XVIII.
Embora os abalos registrados não sejam frequentes ou de grande magnitude, o histórico sísmico colocou o Espírito Santo no radar de pesquisadores interessados em compreender melhor os fenômenos geológicos na costa sudeste do país. Os dados captados em tempo real pelas estações serão utilizados em estudos de neotectônica, avaliação de riscos geológicos e desenvolvimento de estratégias de prevenção a desastres naturais.
As estações, nomeadas ARA01 e ITA01, foram instaladas na Base Oceanográfica da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Aracruz, e no Parque Estadual de Itaúnas, em Conceição da Barra, respectivamente. A iniciativa integra o projeto da Rede Sismográfica Brasileira para o Mar (RSBR-Mar), coordenado pelo Observatório Nacional (ON), sob liderança do professor Sergio Luiz Fontes, com apoio da UFES. Os equipamentos foram adquiridos com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Apesar de não preverem terremotos iminentes, os sismógrafos têm papel fundamental na compreensão dos ciclos e padrões sísmicos. Além dos novos dispositivos, o estado já conta com duas estações sismográficas permanentes, localizadas em Rio Bananal e Alfredo Chaves, ambas também gerenciadas pelo Observatório Nacional.