O Espírito Santo iniciou 2025 em alerta devido ao aumento expressivo de casos de Febre do Oropouche, concentrando 99% das notificações nacionais da doença. Segundo o Ministério da Saúde, até 12 de janeiro foram registrados 893 casos no Brasil, sendo 886 no estado. Desde 31 de dezembro de 2023, o acumulado no Espírito Santo já soma 6.424 confirmações, com destaque para os municípios de Alfredo Chaves (1.268 casos), Laranja da Terra (658) e Iconha (470).

A doença, causada por um vírus transmitido pelo mosquito maruim, é favorecida pelas condições climáticas do estado, especialmente em regiões com plantações de banana e café. Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, a agilidade na confirmação dos casos é resultado da organização do sistema de saúde, que utiliza ferramentas como o e-SUS VS, além da proximidade geográfica entre os municípios e o Laboratório Central (Lacen).

Uma morte pela doença foi confirmada no estado, enquanto outras três estão sob investigação. Além disso, quatro casos de transmissão vertical (mãe para feto) foram identificados em dezembro de 2024, com uma má-formação congênita (microcefalia) confirmada. Esses dados reforçam a necessidade de medidas preventivas, especialmente entre gestantes.

O Ministério da Saúde instalou o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) no Espírito Santo para monitorar as arboviroses e apoiar o estado no enfrentamento da crise. Ações de educação e mobilização social estão sendo intensificadas, com orientações à população para eliminar criadouros do mosquito, usar roupas de manga longa, aplicar repelentes e instalar telas protetoras.

O subsecretário destacou que, apesar do aumento de casos, já há sinais de estabilização em algumas regiões. Entretanto, o curto período desde o primeiro caso confirmado, em abril de 2024, ainda não permite previsões sobre a evolução da doença, especialmente em relação à imunidade após a infecção. Pesquisas estão em andamento para esclarecer questões relacionadas à transmissão e ao comportamento do vírus.