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Política em Foco

Gilson Daniel x Coronel Ramalho

Apesar de não existir nenhum litígio político entre Gilson Daniel e o coronel Ramalho, esse é um passo que deve ser pensado e as consequências consideradas.
Seria Ramalho o herdeiro da vaga, caso Gilson Daniel assuma a Secretaria de Agricultura do Estado?

Após acenos diretos do Palácio Anchieta para o Podemos, onde o nome do presidente estadual do partido, o deputado Gilson Daniel, ganha força para comandar a Secretaria de Agricultura do Estado, um sonho antigo de Gilson, surge uma “pedra” no meio do caminho, um ponto de reflexão necessário que pode desvendar a personalidade política de alguns atores.

O nó tático sobre o deputado federal Gilson Daniel (Podemos) é a possibilidade do coronel Ramalho assumir sua vaga, caso a justiça interprete que o mandato é do candidato e não do partido, conforme jurisprudência de um caso específico, que aconteceu aqui mesmo, no Espírito Santo.

Em 2013, Olmir Castiglioni (vereador de Colatina) moveu uma ação contra Paulo Roberto (São Mateus), devido às eleições municipais de 2012, no qual três deputados estaduais da coligação formada pelo PSDB,DEM, PPS e PMN foram eleitos prefeitos. Castiglioni alegou que Paulo Roberto havia deixado o partido (PMN), logo após as eleições, e, consequentemente, a vaga de deputado que seria dele como segundo suplente.

Esse caso emblemático chegou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que decidiu que a vaga da suplência é da pessoa e não do partido, entendendo que, neste caso, não existia antecipação de tutela, negando a liminar. Também não viu a verossimilhança necessária, que causasse dano irreparável. Com isso, garantiu o direito de ampla defesa de Paulo Roberto, que alegou que teria justa causa para a desfiliação do PMN.

Agora, o imbróglio é entre o Partido Podemos e o coronel Ramalho, que saiu da sigla no ano passado para disputar a prefeitura de Vila Velha, filiando-se ao Partido Liberal (PL). Assim, Ramalho poderia recorrer à legislação e à jurisprudência para pleitear legalmente a vaga.

Com esse risco, dificilmente Gilson Daniel abrirá mão do mandato, podendo assim indicar um aliado para ocupar a pasta da Secretaria de Agricultura Estadual. Caso isso aconteça, as entrelinhas vão “gritar” e muita gente vai acender o sinal de alerta para 2026.

Vamos acompanhar mais essa página da política capixaba, uma costura que exigirá pragmatismo, maturidade e inteligência dos nomes envolvidos.

É natural de Vila Velha – ES, cidade onde reside. Graduado em Teologia e Ciências Políticas, com especialização em pesquisa, comunicação e estratégia política. Já atuou como secretário municipal de Gestão e Planejamento e como coordenador de comunicação parlamentar. Há quase duas décadas estuda e participa dos movimentos políticos do cenário nacional e do Estado do Espírito Santo, com análises e projeções.
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