BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira (5) que a inflação está razoavelmente controlada e reforçou que o custo de vida ainda é menor do que o da época de seu antecessor Jair Bolsonaro (PL).

“Levamos ela muito a sério e achamos que ela está razoavelmente controlada”, disse. “Precisamos discutir com os setores o porquê que esses preços subiram tanto em 12 meses. Temos é que tentar ajustar, porque a inflação gera muito prejuízo ao trabalhador.”

“Temos a consciência que nos vamos baixar a inflação, o custo de vida, e que a cesta básica vai ficar mais acessível. Ainda ontem fiz uma reunião com a Fazenda e nós vamos encontrar uma solução.”

As declarações foram dadas durante entrevista às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH. O presidente costuma conceder entrevistas a rádios e emissoras locais periodicamente.

A alta no preço dos alimentos vem sendo um dos temas de principal discussão dentro do governo Lula, que chegou a cobrar integrantes de sua equipe durante a primeira reunião ministerial do ano, sobretudo os ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário). Apesar da expectativa, os chefes das pastas não anunciaram nenhuma medida de curto prazo.

Dias após a reunião, o ministro Rui Costa (Casa Civil), sugeriu que os brasileiros “mudassem as frutas” que iam consumir, como forma de lidar com a alta dos preços. A laranja, exemplo utilizado por ele, é um dos alimentos que estão mais caros no Brasil do que no mercado exterior.

O tema da inflação também foi motivo de recente “rixa” entre a ala governista e a oposição durante as eleições do Congresso. Parlamentares alinhados ao bolsonarismo usaram bonés com mensagem de “comida barata novamente. Bolsonaro 2026”, em provocação ao boné idealizado pelo governo Lula que dizia “O Brasil é dos brasileiros”.

No entanto, o governo Bolsonaro registrou, entre 2019 a 2022, um aumento do preço de alimentos que superou a média geral da inflação em 3 dos 4 anos e nunca ficou abaixo dos 6%. No último ano sob Bolsonaro, chegou a quase 12%.

TAXAÇÃO DOS EUA

Na entrevista desta quarta, Lula também respondeu a uma pergunta sobre as ameaças de Trump de sobre taxar os países do Brics (bloco do qual o Brasil faz parte) caso o grupo leve adiante propostas que reduzam a dependência do dólar no comércio internacional.

“O Brics significa metade da população mundial, quase metade do comércio exterior do mundo.

Temos direito de discutir da criação de uma forma de comercialização que a gente não dependa só do dólar”, declarou Lula.

“Importante que a gente não tenha preocupação com as bravatas do Trump, que a gente discuta o que é importante para nós, para o mundo”.

Lula já havia afirmado anteriormente que, caso os Estados Unidos resolvessem taxar produtos importados ao Brasil, que o o governo brasileiro devolveria com a mesma medida.

Em suas falas, o presidente também afirmou ser importante não se preocupar com as “bravatas do Trump” e disse que os Estados Unidos também precisam do Brasil. A frase veio em resposta à declaração do americano, após a posse, de que os EUA não precisavam do Brasil e a América Latina.