SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Itamaraty afirmou que o Brasil foi um dos países que tiveram suas embaixadas atacadas durante um protesto em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, nesta terça-feira (28).
Também foram alvos dos manifestantes as sedes diplomáticas de Ruanda, Estados Unidos, França e Bélgica.
A multidão acusava esses países estrangeiros de serem cúmplices do governo ruandês em seu suposto apoio ao M23. O grupo armado tomou a cidade de Goma, na fronteira com Ruanda, no início desta semana, e embora o presidente ruandês, Paul Kagame, negue financiá-lo, vários relatórios da ONU concluíram o contrário.
Segundo o governo brasileiro, nem o seu encarregado de negócios no país nem os funcionários da embaixada foram atingidos no ataque. A bandeira verde e amarela do edifício foi, no entanto, retirada do local e levada pela multidão.
“Ao recordar o princípio básico da inviolabilidade das missões diplomáticas e a obrigação ativa de o país anfitrião garantir proteção ao pessoal da missão e a suas instalações, à luz do direito internacional, o Brasil confia em que o governo congolês enviará todos os esforços para controlar a situação”, acrescentou a pasta em comunicado.
O Itamaraty publicou um outro comunicado sobre a situação no país africano ainda na terça. Nele, demonstrava preocupação com a “deterioração da situação humanitária e a perpetração de violência contra a população e infraestrutura civis” no território como um todo, mas em Goma em especial.
A pasta também condenava no texto os ataques do M23 a tropas da Monusco, a Missão para Estabilização da República Democrática do Congo.
Segundo a nota, entre os cerca de 16 mil soldados que integram o programa, há 22 militares brasileiros. A eles se juntará o tenente-general Ulisses De Mesquita Gomes, nomeado nesta quarta (29) pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para assumir a chefia da força.