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María Corina compara regime de Maduro ao da Síria, que caiu em dias

BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - A menos de três dias para a posse de Nicolás Maduro na Venezuela, a líder opositora María Corina Machado, asilada em algum lugar desconhecido, tenta mobilizar apoio para impedir a permanência do ditador no poder. "O regime tem fraturas cada vez maiores; se

BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – A menos de três dias para a posse de Nicolás Maduro na Venezuela, a líder opositora María Corina Machado, asilada em algum lugar desconhecido, tenta mobilizar apoio para impedir a permanência do ditador no poder. “O regime tem fraturas cada vez maiores; se superarmos o medo, não haverá repressão possível”, disse.

Ela não deu detalhes de como seria feita a viagem de Edmundo González a Caracas na sexta-feira (10). O ex-diplomata que disputou as eleições contra Maduro diz que irá ao país para ser empossado, ainda que o regime diga que irá prendê-lo se ele assim fizer. González tem viagens nos dias anteriores ao Panamá e à República Dominicana.

Em entrevista coletiva a jornalistas, María Corina afirmou que estará nas ruas na quinta-feira (9), a partir das 11h (10h locais) para um ato marcado pela oposição. Apoiadores dizem temer que o regime tente a deter, já que Caracas afirma investigá-la por traição à pátria. Para esse mesmo dia o regime chavista convocou mobilizações na capital.

A opositora agora traça comparações entre o regime sul-americano e a ditadura de Bashar al-Assad na Síria, deposto em dezembro em meio a um movimento relâmpago que surpreendeu a todos. Damasco era um dos principais aliados internacionais de Caracas.

“Víamos o regime de Assad como forte, mas, ao final, em questão de dias ele caiu. E quem supostamente ia ajudá-lo, Rússia, Irã, Hezbollah, não estava lá”, seguiu ela, para quem “o chavismo colapsou como movimento político e já não tem apoio social”, por chamada de vídeo.

Uma das principais estratégias adotadas pela oposição tem sido a de pedir que policiais e militares se rebelem contra o regime. A base da era chavista é sustentada pelo apoio a Polícia Nacional Bolivariana e das Forças Armadas. María Corina disse que há sinais de insatisfação.

“Muitos policiais e soldados estão neste momento enviando mensagens e tomando decisões, pensando em suas famílias, em seus filhos. Cada um tomará a decisão de se quer ser um tirano ou um herói”, afirmou a líder opositora e ex-deputada.

Mobilizando sua base, ela disse que a ditadura cairá “um dia antes, no dia ou alguns dias depois” e que não se trata de um regime de apenas uma hierarquia, mas sim “com muitos grupos dominantes que estão agora tentando se salvar”.

Pediu apoio da região e falou especificamente da visita de González a Washington, onde esteve com o presidente Joe Biden nesta segunda (9) e também com representantes do futuro governo Trump. “A Venezuela seguirá sendo uma causa bipartidária nos EUA.”

María Corina foi eleita por ampla maioria em um processo de eleições primárias que a oposição realizou no ano passado, mas posteriormente inabilitada para o regime para cargos políticos. Representando-a, então, concorreu Edmundo González, reconhecido como presidente eleito por países como EUA, Argentina, Uruguai, Paraguai e Peru.

O Brasil não reconheceu Maduro, nem González, e diz manter relações com Estados, não com governos. María Corina não mencionou Brasília, mas a certa altura nesta terça-feira criticou que países tenham posturas como essa. “Essa desculpa de reconhecer Estados e não governos para os venezuelanos não funciona.”