SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que a prisão do general da reserva Walter Braga Netto causa constrangimento aos colegas do Exército, mas que não foi nenhuma surpresa.
Braga Netto foi preso no sábado (14), sob suspeita de obstrução às investigações sobre uma trama golpista que visava impedir a posse do presidente Lula (PT).
A declaração foi dada a jornalistas após uma visita ao presidente Lula (PT), na manhã desta terça-feira (17), em São Paulo. O ministro foi questionado se a situação com Braga Netto poderia ajudar ou atrapalhar nas negociações do chamado PL dos militares.
O projeto de lei altera a Previdência dos militares das Forças Armadas, fixando uma idade mínima para ida à reserva remunerada e com o fim dos “mortos fictícios”.
“Se ajuda eu não sei, mas mexe com os militares. É como você ter um amigo que está respondendo a um processo. Você quer que ele pague diante da lei, mas você fica constrangido porque é um amigo, mas não foi uma surpresa para absolutamente ninguém”, disse.
Múcio ainda se autodeclarou defensor da causa e disse que “militares estão em consenso, depois de muita conversa”.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, o texto define a idade mínima de aposentadoria em 55 anos. A regra anterior previa somente um tempo mínimo de serviço de 35 anos. A nova regra passará a valer em 2032.
Segundo o ministro, o presidente está muito bem e até “se movimentando mais do que deveria”. Lula deve voltar a Brasília nesta quinta (19), onde planeja uma reunião com ministros na sexta (20).
O presidente está em sua casa em São Paulo após ter de fazer uma cirurgia de emergência na semana passada, em razão de um hematoma de três centímetros detectado entre o cérebro e uma das membranas (meninges) que envolvem o órgão.
O coágulo foi detectado após ele sentir fortes dores de cabeça na segunda-feira (9), quando foi encaminhado para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Em outubro, o petista sofreu um acidente doméstico ao cair no banheiro e bater a cabeça.