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Mestras e mestres conversam com crianças e adolescentes sobre cultura e tradições populares

Todos os anos centenas de pessoas se reúnem em Goiabeiras Velha, em Vitória, para celebrar uma das mais importantes manifestações da cultura popular capixaba, a Festa de São Benedito. Contemplada pelo Edital Patrimônio Vivo da Secretaria da Cultura (Secult), a partir de recursos da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura (Minc), a Festa de São Benedito é uma realização da Banda de Congo Panela de Barro de Goiabeiras em parceria com o Instituto Marlin Azul.

As primeiras sementes desta parceria serão plantadas nesta semana com a realização de seis encontros de mestras e mestres dos saberes e fazeres populares com turmas de crianças e adolescentes do Centro de Atendimento às Crianças e Adolescentes (Caoca). Os congueiros e as cantadeiras se juntarão aos mais novos para conversar sobre o congo e as cantigas de roda, tradições populares fundamentais para a composição da festa cujo ponto alto acontece em dezembro.

As vivências se concretizarão por meio de rodas de conversa e de oficinas de experimentação nesta segunda-feira (14) e na terça-feira (15) e de rodas de congo na quarta-feira (16), sempre em dois turnos, das 9h às 11h, e das 14 às 16h, na sede da Caoca, em Maria Ortiz, em Vitória. Cada turno reunirá uma turma em torno de 30 alunos e alunas.

Os congueiros vão contar um pouco sobre suas histórias de vida e sobre a festa, como se formou o congo na região e apresentarão os instrumentos da banda. As cantadeiras, guardiãs das cantigas de roda e das toadas do Congo, da Folia de Reis e do Boi Estrela, também compartilharão suas histórias e como aprenderam com suas antepassadas a cantar a devoção, as alegrias e os desencantos do cotidiano e ainda ensinarão algumas cantigas para as crianças e adolescentes.

Além de promover os encontros de gerações, o projeto apoiará as mestras e mestres na preparação e organização dos três grandes momentos da Festa de São Benedito: a cortada (08); a puxada e a fincada (25), neste ano, e a retirada do mastro, no ano seguinte, no Domingo de Páscoa. Segundo a lenda preservada pelos mais antigos, no período da escravidão, na costa capixaba, os náufragos de um navio negreiro pediram a proteção a São Benedito e se agarraram ao mastro que os conduziu em segurança até a terra firme. Como forma de agradecimento, os devotos prometeram homenagear o santo todo o ano.

A parceria prevê a renovação dos instrumentos, a confecção de novas indumentárias para a banda, adereços, faixas e estandarte do padroeiro, a manutenção e ornamentação do barco e andor com rosas e crisântemos, bolas e bandeirolas. Outra ação é a preservação da memória da festa através da documentação em imagens e som, com a produção do making of de todo o circuito festivo, para publicação nos canais de comunicação do Instituto Marlin Azul e da Banda de Congo Panela de Barro.

O objetivo é valorizar a memória e promover a transmissão de conhecimentos em torno das manifestações locais, em especial, as expressões do congo e das cantigas de roda, transmitidas de geração em geração por meio da tradição oral em uma das comunidades tradicionais capixabas que ainda mantém vivos os laços de convivência cotidiana entre vizinhos, os vínculos comunitários e as culturas populares.


SERVIÇO
Encontros de mestras e mestres com crianças e adolescentes
Segunda-feira (11/11) – Roda de Conversa
Horários: 9 às 11h e 14 às 16h

Terça-feira (12/11) – Roda de Conversa
Horários: 9 às 11h e 14 às 16h

Quarta-feira (13/11) – Roda de Congo
Horários: 9 às 11h e 14 às 16h

Local: Centro de Atendimento às Crianças e Adolescentes (Caoca), na Rua Professor Mário Bodart, 304, Maria Ortiz (Vitória-ES).