A esquerda brasileira parece ter esquecido como ler e interpretar o cenário político. Antes, as pautas sociais e trabalhistas eram sua “confissão de fé”, porém, com o passar do tempo, foram substituídas pelo identitarismo moderno, uma imposição minoritária diante de um país com fortes traços conservadores.
Como se não bastasse esse equívoco, a pauta econômica da esquerda tornou-se um grave problema que acompanha o país desde a era Dilma Rousseff, um trauma na essência e na imagem do atual governo, que, além disso, erra na forma de transmitir suas ações e intenções.
Foi o que aconteceu com a discussão sobre as novas regras do Pix, o que obrigou o governo a recuar. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), não consegue se comunicar com a população e suas explicações são confusas e parecem palestras para os assoberbados acadêmicos, um tom inseguro e que não convence quem ouve.
Um exemplo de comunicação direta e preventiva está acontecendo no México, com a presidente Claudia Sheinbaum. Ela não terceiriza suas inserções, não tem porta-voz e não foge dos tencionados embates, criando uma conexão próxima, rápida e eficaz com os mexicanos. Desta forma, ela não deixa seus adversários maximizarem as duvidosas narrativas contra o seu governo, uma estratégia que vem sufocando a oposição e blindando sua gestão.
Portanto, a esquerda governamental brasileira precisa reaprender a ler e a interpretar a política e seus contextos, caso contrário, será novamente varrida e reduzida pela nova ordem da comunicação.
Fernando Haddad pode até ser um bom técnico, mas está bem longe de ser um bom comunicador!