Moradores e grupos de corrida e ciclismo protestaram neste domingo (4), pedindo justiça e segurança na Rodovia Leste-Oeste, entre Vila Velha e Cariacica, onde a diarista Iraci de Souza Teixeira, de 66 anos, foi encontrada morta. A vítima, desaparecida desde o dia 26 de abril, teve o corpo achado cinco dias depois, enterrado em um terreno baldio no bairro Vale Encantado, com sinais de violência. O responsável pelo crime ainda é procurado.
Os manifestantes vestiram branco, carregaram cartazes e balões, e saíram do bairro Bela Vista, em Cariacica, até o condomínio onde a diarista morava, em Vila Velha. O ato destacou a insegurança enfrentada por quem utiliza o trecho para práticas esportivas, como caminhadas, corridas e pedaladas.
“Agora chegou ao extremo. A gente está com medo porque o mato está tomando conta. Não estamos mais praticando atividade física”, relatou Daniela Albuquerque, que participou da organização do protesto.
As filhas da diarista também participaram da manifestação e reforçaram o apelo por melhorias na região.
Enterro e investigação
Iraci foi sepultada na tarde de sábado (3), em cerimônia marcada por homenagens e orações. Um dos filhos, Fábio Teixeira, afirmou que a família se sente aliviada por poder enterrar a mãe, mas cobra celeridade nas investigações. “Agora é a parte da Polícia Civil, para descobrir quem cometeu esse assassinato”, disse.
A polícia investiga a possível participação de um homem de 35 anos, preso por porte ilegal de arma de fogo no mesmo dia em que o corpo foi localizado. Ele foi detido próximo à casa da vítima e negou qualquer envolvimento com o crime. Segundo o delegado Luiz Gustavo Ximenes, câmeras de segurança estão sendo analisadas, e a polícia aguarda o laudo do Instituto Médico Legal para confirmar a causa da morte.
O suspeito foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV). A Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) conduz o inquérito. Um segundo homem, acusado de assediar mulheres que praticavam atividade física na região, também é procurado.
Família e voluntários encontraram o corpo
Diante da possibilidade de suspensão das buscas durante o feriado do Dia do Trabalhador, familiares e vizinhos organizaram um mutirão. Foi nesse esforço que o corpo de Iraci foi localizado, em uma cova rasa, com mãos e pés amarrados e sinais de decomposição. O reconhecimento foi feito no local, com base nas roupas que a vítima usava no dia do desaparecimento.
Segundo a Polícia Civil, as investigações não pararam e o planejamento das buscas envolvia o retorno das equipes em campo naquela quinta-feira. “A polícia não age de forma rotineira. Há todo um planejamento”, afirmou o delegado-geral José Darcy Arruda.
Para os investigadores, o local onde o corpo foi enterrado indica que o autor do crime conhecia bem a região. “O acesso é inviável. Tem brejo, e a mata não foi batida”, observou o investigador Walter Santana. O caso segue em apuração.