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Museu das Favelas é reinaugurado no Pateo do Collegio com novas mostras

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - É inaugurada nesta sexta (6) a nova sede do Museu das Favelas. Antes localizada no Palácio dos Campos Elíseos, a instituição agora ocupa um prédio no número 148 do Pateo do Collegio, onde funcionava o Palácio da Secretaria da Justiça e Cidadania.

A mudança

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – É inaugurada nesta sexta (6) a nova sede do Museu das Favelas. Antes localizada no Palácio dos Campos Elíseos, a instituição agora ocupa um prédio no número 148 do Pateo do Collegio, onde funcionava o Palácio da Secretaria da Justiça e Cidadania.

A mudança é parte dos planos de transferência da sede do governo estadual do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, para o centro de São Paulo. Mas também foi uma decisão estratégica da gestão da instituição.

Na região do triângulo histórico da capital paulista -que inclui o Pateo do Collegio, o largo São Bento e o largo São Francisco-, circula um fluxo de moradores, trabalhadores e turistas. Além da grande circulação de ônibus, o local está próximo às estações de metrô da Sé e do Anhangabaú, ambas da linha vermelha.

“Favorece a gente estar bem posicionado no marco zero da cidade, começando a falar da favela como um centro, de fato, da discussão”, afirma Nathalia Cunha, diretora do museu.

Com 2.319 m² de área útil dividida em três andares, a nova sede da instituição tem espaços voltados à preservação da memória das favelas e à potencialização de suas produções culturais.

Logo no térreo, há uma biblioteca com acervo de 1.390 exemplares, entre obras sobre as favelas e livros escritos por autores periféricos, como Sérgio Vaz, Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo. Por enquanto, os títulos são disponibilizados apenas para consulta no local.

O espaço terá ainda cursos de formação e capacitação na área cultural com objetivo de gerar renda para as periferias. No sábado (7), às 15h, há uma aula gratuita de educação financeira na nova sede da instituição. Para participar, é preciso retirar os ingressos de entrada no museu.

Completam a programação quatro exposições inéditas que destacam o trabalho de novos artistas, mostram a trajetória de personagens que têm origem periférica e buscam desconstruir estereótipos. Saiba mais sobre cada uma delas.

FAVELA EM FLUXO

Destaca novas possibilidades de futuro por meio das obras de 22 artistas de favelas de todo o Brasil, selecionadas por Aline Bispo, Leonardo Moraes, Rebecca França e José Eduardo Ferreira Santos. Entre as 20 peças, estão esculturas, pinturas, fotografias e vídeos que ocupam duas salas no andar térreo do museu. A exposição chega a São Paulo depois de passar por Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Fica no Museu das Favelas até 23 de fevereiro.

MARVEL – O PODER É NOSSO

Reúne o trabalho de 30 artistas de São Paulo e região metropolitana, muitos deles em sua primeira exposição em museu. As obras são releituras de personagens negros da Marvel, criadas por jovens pretos, indígenas e LGBTQIA+ que participaram do Afrolab, parceria com a The Walt Disney do Brasil, KondZilla e Instituto Feira Preta. O projeto ofereceu um curso para jovens negros com enfoque na criação, produção e distribuição feita por artistas visuais. As peças ficam expostas até 28 de fevereiro logo na entrada da instituição.

RACIONAIS MC’S: O QUINTO ELEMENTO

Explora a história da banda de rap nascida na periferia paulistana, que celebra 35 anos de existência. A exposição ocupa o segundo andar do prédio com mais de cem peças do acervo de Mano Brown, Edi Rock, KL Jay e Ice Blue, selecionadas pela curadora Eliane Dias, empresária e esposa de Brown. Entre os itens expostos, há roupas, instrumentos musicais, manuscritos e fotografias, além de vídeos de shows e entrevistas dos integrantes. A exposição é itinerante, mas ainda não há data para encerramento.

KL Jay, Edi Rock e Ice Blue em parte da exposição sobre os Racionais MC’s no Museu das Favelas Divulgação Três homens estão de costas, observando uma tela que exibe uma imagem em preto e branco. Ao fundo, há várias fotos coloridas de apresentações musicais emolduradas nas paredes. Os homens estão vestidos de maneira casual, um deles usa uma camiseta cinza, outro uma jaqueta preta e o terceiro uma jaqueta com detalhes em couro. A atmosfera parece ser SOBRE VIVÊNCIAS

A mostra de longa duração ocupa o primeiro andar do museu com mais de 80 obras que buscam desconstruir estereótipos sobre as identidades das favelas e mostrar a diversidade e complexidade desses territórios. O destaque fica para as bandeiras com diferentes termos usados como sinônimo de favela. Há também uma árvore cenográfica que representa a origem do nome dado às comunidades periféricas. No total, o acervo é formado por obras de 26 fotógrafos, 12 poetas, cinco coletivos culturais e nove centros de memórias -selecionados pelos curadores Gil Marçal, Leandro Mendes, Vera Cardim e Oswaldo Faustino.

MUSEU DAS FAVELAS

Quando Reabertura: sex. (6). Ter. a dom., das 10h às 18h

Onde Lgo. Pateo do Colégio, 148, Centro

Preço Grátis, com retirada de ingresso na bilheteria ou em museudasfavelas.org.br