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Nova espécie de rã é descoberta em parque de Castelo, no Sul do Espírito Santo

Identificada após mais de 10 anos de pesquisas, espécie é exclusiva da região e vive em bromélias no Parque Estadual de Forno Grande

Foto: IEMA/Divulgação

Uma nova espécie de rã foi descoberta no Parque Estadual de Forno Grande, em Castelo, no Sul do Espírito Santo. O anúncio foi feito pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), que confirmou a identificação do anfíbio por meio de estudos realizados pelo pesquisador Marcus Thadeu T. Santos, da Universidade Estadual Paulista (UNESP).

Batizada de Crossodactylodes alairi, a espécie é considerada endêmica da região, ou seja, existe apenas naquele local, em condições muito específicas de ambiente. De pequeno porte, a rã vive em bromélias que se desenvolvem em áreas de floresta de altitude, caracterizadas por clima frio, úmido e isolado — uma espécie de “ilha” ecológica dentro da Mata Atlântica.

Década de pesquisas e expedições

A descoberta é fruto de mais de 10 anos de estudos, que envolveram expedições de campo, coleta de amostras, análises genéticas e morfológicas. Segundo o pesquisador, o processo exigiu paciência e dedicação.

“Realizei duas expedições de campo há mais de 10 anos. Precisei voltar ao local para obter uma amostragem melhor e entender um pouco mais sobre a história natural da rãzinha. Depois disso, iniciei a comparação com outras espécies, o que envolveu uma série de medições e análises morfológicas detalhadas”, explicou Marcus Thadeu.

O DNA da rã foi analisado em laboratório, juntamente com as características físicas dos indivíduos, para garantir que se tratava de uma espécie ainda não descrita pela ciência.

Refúgio de biodiversidade

O pesquisador destacou a importância do Parque Estadual de Forno Grande como refúgio para espécies raras e ameaçadas, dada a sua variedade de microambientes e formações vegetais distintas.

“Como restam poucos fragmentos bem preservados da Mata Atlântica, muitas espécies dependem de áreas como o Forno Grande para sobreviver. E a presença dessas espécies garante um ecossistema mais saudável, o que tem relação direta com o nosso bem-estar”, afirmou.

Ele também ressaltou que a descoberta reforça o valor da conservação ambiental e o orgulho que a população local pode sentir por viver próxima a um território com tamanha riqueza ecológica.

A descoberta da Crossodactylodes alairi contribui não apenas para a ciência e a biodiversidade, mas também para o fortalecimento de políticas de preservação dos biomas remanescentes da Mata Atlântica no Espírito Santo.

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