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O que termos como ‘Maga’ e ‘Era de Ouro’, usados por Trump, significam?

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Donald Trump tomou posse na segunda (20) como presidente dos Estados Unidos e seu discurso introduziu, por meio de algumas expressões, parte da agenda política do novo líder do país. Veja o glossário:

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"Maga"

Trump mencionou diversas vezes que "tornaria a América grande novamente" (em

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Donald Trump tomou posse na segunda (20) como presidente dos Estados Unidos e seu discurso introduziu, por meio de algumas expressões, parte da agenda política do novo líder do país. Veja o glossário:

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“Maga”

Trump mencionou diversas vezes que “tornaria a América grande novamente” (em inglês “Make America Great Again”, daí a sigla “Maga”). A expressão não se resume apenas a uma promessa do presidente, mas uma forma de recuperar aquele que foi o seu slogan de campanha desde 2016 (e de Ronald Reagan, nos anos 1980) e também o acrônimo pelo qual ficou conhecido o seu movimento político.

Apoiadores do presidente se identificam como “Maga” nas redes. “Magas” se tornaram sinônimo de quem não apoia iniciativas de proteção ao meio ambiente, políticas de inclusão social (como cotas), reconhecimento de identidades de gênero não-binárias (além dos sexos masculinos e femininos), além de se identificarem com o forte nacionalismo promovido pelo presidente.

‘Era de Ouro’

Ao iniciar seu discurso, Trump disse que “a Era de Ouro da América começa agora”. A expressão tem a ver, predominantemente, com a política externa que o presidente pretende adotar. Durante toda a posse, ele frisou como enxerga os anos Biden como um período de “declínio” do país e promete em recuperar a hegemonia dos EUA no cenário internacional. “Seremos a inveja de todas as nações e não permitiremos mais sermos explorados.”

Trump usou a emergência dos incêndios florestais em Los Angeles para fortalecer sua posição sobre a imigração no país na “nova era”. “Temos um governo que (…) falha em proteger nossos magníficos cidadãos americanos cumpridores da lei, mas oferece santuário e proteção a criminosos perigosos, muitos de prisões e instituições mentais que entraram ilegalmente em nosso país”, disse.

“Reféns J6”

Logo após finalizar o discurso, Trump comentou no Capitólio, na presença do presidente da Câmara, Mike Johnson, que iria falar sobre “os reféns J6”. Ele acabou deixando o assunto de lado, mas prometeu tomar uma medida a respeito. “Mas são ações, não palavras, que contam. E vocês vão ver muitas ações”, reportou à rádio pública NPR.

Os “reféns J6” a que o presidente se refere são os presos por invadirem o Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Em sua esmagadora maioria, os invasores eram apoiadores de Trump que não aceitavam o resultado da eleição de Joe Biden e decidiram impedir, à força, a sessão do Congresso que contaria os votos do Colégio Eleitoral e legitimaria a vitória do adversário.

“Drill, baby, drill”

A expressão é uma promessa de “perfurar, baby, perfurar” para extrair petróleo das reservas dos EUA. O presidente deixou claro que a agenda climática não tem mais espaço no governo americano – agora fora do Acordo de Paris de redução de emissão de poluentes atmosféricos – e que a indústria automotiva voltará a produzir livremente carros movidos a combustíveis fósseis, como a gasolina.

Biden havia assinado uma ordem, já revogada pelo novo presidente, de que 50% de todos os carros fabricados no país até 2030 deveriam ser elétricos. Trump justificou que “os EUA não vão sabotar suas próprias indústrias enquanto a China polui com impunidade” em discurso à multidão após sua posse, na Capitol One Arena.

“América” e “Golfo da América”

O presidente se refere ao país, inúmeras vezes, apenas como “América”. Apesar de ser a porção final do nome oficial, “Estados Unidos da América”, a expressão é a designação oficial de todo o continente, do Canadá até o Cabo Horn, no extremo sul do Chile. O uso desta forma curta não é apenas mais fácil de repetir durante a fala, mas indica também como Trump enxerga a região em que os EUA estão inseridos – como uma extensão do seu território.

Trump prometeu em seu discurso renomear o Golfo do México para “Golfo da América”. “A América reivindicará seu lugar de direito como a maior, mais poderosa e mais respeitada nação da Terra”, prometeu. Em seu primeiro dia de governo, ele ainda frisou que os EUA não precisam do Brasil e ameaçou tarifar produtos de países dos Brics (grupo centrado em Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que mais recentemente ganhou novos membros).

“Serviço de Receita Externa”

A expressão trata-se de um novo órgão do governo que o presidente pretende criar. A “receita federal dos EUA” é oficialmente chamada IRS (Serviço de Receita Interna), responsável por coletar os impostos dos cidadãos americanos. O “Serviço de Receita Externa” prometido por Trump teria o objetivo de coletar tributos de produtos e serviços vindos do exterior.

Trump deixou claro que pretende impor impostos a produtos estrangeiros que entram nos EUA. Especialmente aqueles que veem de países tidos como ameaças à hegemonia econômica e política americana no exterior, como é o caso dos Brics.

“Uso do Departamento de Justiça como arma política”

Trump alfinetou ainda os processos a que responde na Justiça no discurso. Para ele, há uma politização do Judiciário que foi utilizado como arma contra ele. No entanto, ele se reafirma como salvador da pátria em sua fala e salientou que acredita que escapou do atentado durante sua campanha – quando levou um tiro de raspão na orelha – “para tornar a América grande novamente”.

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