BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Edmundo González, opositor de Nicolás Maduro que se declara o presidente eleito da Venezuela, denunciou o sequestro de seu genro Rafael Tudares, em Caracas, nesta terça-feira (7).
“Nesta manhã meu genro Rafael Tudares foi sequestrado. Rafael estava indo para a escola dos meus netos de 7 e 6 anos, em Caracas, para deixá-los no início das aulas, e homens encapuzados, vestidos de preto, interceptaram-no, colocaram-no em uma caminhonete dourada, placa AA54E2C, e o levaram embora. Neste momento ele está desaparecido”, publicou González em seu perfil no X.
A publicação foi também divulgada por María Corina Machado, líder da oposição.
González está em giro pelo continente, reunindo-se com chefes de governo e líderes que o apoiam. Nesta segunda (6), esteve na Casa Branca em encontro com Joe Biden, e também conversou com Mike Waltz, assessor de Segurança Nacional de Donald Trump, que volta à Presidência no próximo dia 20 com uma agenda ainda incerta para Caracas.
Antes disso, González esteve na Argentina, onde se encontrou com Javier Milei, e no Uruguai, onde conversou com Luis Lacalle Pou. Também estavam no roteiro passagens por Panamá e República Dominicana, além de conversa por vídeo com o presidente paraguaio, Santiano Peña após o encontro virtual, a ditadura venezuelana rompeu relações com o Paraguai.
A posse do próximo presidente venezuelano está marcada para sexta (10). A expectativa é de que Maduro iniciará mais um mandato de seis anos na data.
González, no entanto, disse que nesta data estará em solo venezuelano, uma afirmação que desperta incertezas ele está exilado na Espanha. Em Buenos Aires neste sábado, ele afirmou que, “por qualquer meio que seja, estarei lá”.
Cerca de 30 países se dividem entre os que consideram González o presidente eleito da Venezuela ou que criticam a transparência do pleito e não reconhecem a vitória de nenhum dos candidatos. Cerca de 20 nações reconheceram a vitória de Maduro.
A oposição venezuelana afirma que González venceu o pleito com 67% dos votos, ante 30% para Maduro. Para isso, coletou o que diz ser 85% das atas das urnas eletrônicas, as mesmas que o regime local se negou inicialmente a entregar, mas depois colocou nas mãos do Supremo Tribunal de Justiça, que tampouco as tornou públicas.
Alguns projetos de checagem ao redor do mundo que também obtiveram esses documentos com as chamadas testemunhas de mesa de votação (pessoas que fiscalizaram o processo) validam que González foi eleito. O regime diz que Maduro venceu com 51,2% dos votos.