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Política em Foco

Os Sinais de Casagrande para 2026

Eleição da presidência da Assembleia é o primeiro filtro para disputa ao governo.
Casagrande no ritmo do clássico de Alceu Valença: "Tu vens, tu vens. Eu já escuto os teus sinais".

A política é um jogo de sinais explícitos ou implícitos; basta termos sensibilidade para ler as possibilidades e projeções em torno dos inúmeros acontecimentos. Quando o assunto é a sucessão do governador Renato Casagrande (PSB), o próximo pleito já está em curso, juntamente com os debates e bastidores da política capixaba.

Diante desse jogo de evidências, a disputa pela presidência da Assembleia Legislativa ganha considerável destaque, indicando possíveis caminhos para 2026, vejamos:

Vandinho Leite: Atual presidente estadual do PSDB, o deputado Vandinho Leite é amigo e aliado de longa data de Ricardo Ferraço (MDB), o que pode apontar para uma possível preferência do governador ao emedebista, acompanhando o raciocínio de muita gente que considera o vice-governador como o herdeiro natural de todo esse processo de reestruturação administrativa e política do Espírito Santo.

Isso porque Ricardo Ferraço esteve presente diretamente em todas as etapas do projeto, quase chegando ao governo em 2010. Na época, ele liderava todas as pesquisas de intenção de votos para o governo; no entanto, “mudou” a rota e disputou para o Senado, sendo eleito com a maior votação da história do Estado: 1.557.409.

Desta forma, mesmo com chances remotas, caso Vandinho Leite seja o novo presidente da Assembleia Legislativa, tudo indica que Ferraço tem a incondicional preferência de Renato Casagrande e da maioria do seu grupo para sucedê-lo.

Marcelo Santos: O atual presidente do poder legislativo capixaba, deputado Marcelo Santos (União), foi uma das figuras políticas que mais cresceram no pleito de 2024, ajudando a eleger dezenas de prefeitos e centenas de vereadores por todo o Estado, o que deu a ele ainda mais tamanho para suas futuras pretensões. Certamente, esse avanço incomodou bastante e cacifou o parlamentar a voos mais ousados.

Há quem diga que até mesmo uma candidatura ao governo está no radar, mas que o seu principal objetivo parece mesmo Brasília.

A reeleição de Marcelo Santos para presidir a mesa diretora da Assembleia pode significar um “hiato de possibilidades”, o famoso “vou pensar” por parte do governador e de todo o seu grupo, em respeito a outros nomes, como dos prefeitos bem avaliados Arnaldinho Borgo (Vila Velha), Euclério Sampaio (Cariacica) e Sérgio Vidigal, que fez seu sucessor na Serra e assumiu a Secretaria Estadual de Desenvolvimento, pasta que estava sob o comando de Ricardo Ferraço.

Posto isto, a recondução de Marcelo Santos à presidência pode indicar que o jogo está aberto ou a fórmula que o governador Renato Casagrande encontrou de manter todos juntos até a etapa derradeira, para sacramentar sua “particular” decisão.

Fator Sérgio Vidigal

Sérgio Vidigal é aliado histórico de Casagrande e também de Ferraço. A sua chegada no governo fortalece ambos e agita ainda mais as especulações sobre 2026.

Com ampla experiência e com currículo cheio de entregas, Vidigal será um dos grandes protagonistas da próxima disputa eleitoral, não tenhamos dúvidas.

Viagem de Renato Casagrande, Ricardo Ferraço e Marcelo Santos a Brasília, hoje

Ato estratégico e importante para asfixiar qualquer ameaça, como as pretensões do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini. Contudo, isso não garante ninguém na frente ou atrás, apenas demonstra a robustez e a busca pela consolidação do “Projeto 2026”, que pode ser Ricardo Ferraço, Vidigal ou outro nome; vai depender do momento e da construção política de cada um dos postulantes, nada mais e nada menos do que isso.

Portanto, os sinais estão expostos para todo mundo ver e ouvir. Como diz um velho trocadilho: “O pior cego é aquele que não sabe escutar, e o pior surdo é aquele que não consegue enxergar”.

Observemos e ouçamos os sinais!

É natural de Vila Velha – ES, cidade onde reside. Graduado em Teologia e Ciências Políticas, com especialização em pesquisa, comunicação e estratégia política. Já atuou como secretário municipal de Gestão e Planejamento e como coordenador de comunicação parlamentar. Há quase duas décadas estuda e participa dos movimentos políticos do cenário nacional e do Estado do Espírito Santo, com análises e projeções.
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