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Pedra se desprende de rocha, atinge residência e destrói lavoura de café no Espírito Santo

Na manhã de domingo (16), uma parte de uma pedra se desprendeu e atingiu uma área de plantação de café em Iúna, no Sul do Espírito Santo. Um vídeo registrado por um morador captou o momento exato do deslizamento, mostrando a grande quantidade de poeira cinza que se espalhou e cobriu a vegetação.

De acordo com relatos de vizinhos, o desmoronamento fez com que diversas rochas menores atingissem uma residência e destruíssem aproximadamente cinco mil pés de café em uma propriedade localizada na comunidade de Laranja da Terra.

Até o momento, nenhum órgão oficial conseguiu determinar a dimensão exata dos danos ou a quantidade de pedras que rolaram no local. Felizmente, não houve feridos.

Pedras espalhadas e prejuízos à plantação

Outras imagens registradas após o deslizamento evidenciam o impacto do ocorrido. Fragmentos da pedra ficaram espalhados pelo terreno, e a plantação de café foi coberta por uma densa camada de poeira, deixando a área com aspecto acinzentado.

“Galera, a pedra caiu de novo, e agora foi bem pior. Acabou com cinco mil pés de café de uma vez. Olha só, parece que a foto está editada, mas é só por causa da poeira. O estrago foi grande dessa vez”, relatou um morador em um vídeo gravado no local.

A bacharel em Direito Emile Werner, de 25 anos, que mora na comunidade afetada, contou que o deslizamento atingiu uma casa e que episódios semelhantes já ocorreram antes.

“Não sei dizer quantas vezes isso já aconteceu, porque foram várias. Começou com pequenos desprendimentos e foi aumentando ao longo do tempo. Chova ou faça sol, pedras continuam caindo. Desta vez, atingiram uma residência, quebraram o telhado, móveis e comprometeram praticamente toda a plantação de café da família que vive lá”, relatou Emile.

Ela também afirmou que o impacto do desmoronamento pôde ser sentido até por moradores que vivem mais distantes da pedra.

“O vento gerado pelo deslocamento das pedras destrói muita coisa. É uma comunidade pequena, então todo mundo ouve o barulho quando acontece. A poeira também se espalha e invade outras casas. O estrondo foi muito alto dessa vez”, explicou.

Monitoramento e medidas das autoridades

O Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) informou que a situação não se enquadra dentro de sua competência.

A Defesa Civil municipal afirmou que acompanha o local desde janeiro, quando ocorreu o primeiro desprendimento de rocha.

“Na época, orientamos os moradores a deixarem a área de risco, e a casa atingida já estava desocupada. Agora, como a área afetada está se expandindo, faremos um novo mapeamento para avaliar a gravidade do risco”, explicou a coordenadora da Defesa Civil de Iúna, Stefhany Gomes.

Causas naturais do deslizamento

O engenheiro geólogo e Mestre em Geoquímica Ambiental José Alves explicou que deslocamentos de rochas como esse são fenômenos naturais e podem ocorrer devido a variações bruscas de temperatura.

“Ficar um longo período sem chuvas e, em seguida, ter o retorno das precipitações provoca dilatação e contração da rocha. Isso pode levar ao rompimento. Uma técnica usada para quebrar pedras sem explosivos é justamente o aquecimento da rocha seguido do resfriamento com água. Quando a temperatura diminui abruptamente, ocorre um choque térmico que pode causar fraturas”, esclareceu.

Ele também destacou que existem medidas para minimizar os impactos desses deslizamentos e proteger as propriedades próximas.

“Podem ser instaladas barreiras de contenção logo abaixo do ponto de desprendimento. Telas metálicas e muros de rochas podem impedir que os fragmentos atinjam áreas habitadas. Em Vitória, por exemplo, há estruturas chamadas contrafortes, que são peças de concreto fixadas na rocha com parafusos para evitar deslocamentos”, explicou Alves.

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