A partir da próxima terça-feira, 9 de outubro, até o dia 14, Vitória, capital do Espírito Santo, vivenciará o quarto período de andada do caranguejo-uçá (*Ucides cordatus*). Durante essa semana, a captura, manutenção em cativeiro, transporte, beneficiamento, industrialização, armazenamento e comercialização da espécie estarão proibidos, abrangendo indivíduos de qualquer origem, bem como partes isoladas, como garras e pinças.

A andada é um momento crucial para a reprodução dos crustáceos, quando machos e fêmeas deixam suas tocas para se acasalar e liberar ovos. As datas do evento estão em conformidade com a Portaria Nº 325, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e foram aprovadas em reunião pública com a participação da sociedade civil e da Comissão Tripartite Estadual, composta por órgãos ambientais federais, estaduais e municipais.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Tarcísio Föeger, ressaltou a importância da preservação da espécie: “Proteger o caranguejo-uçá durante seu período reprodutivo é fundamental para garantir o aumento populacional e a continuidade das atividades tradicionais de coleta e comercialização, que geram renda para muitas famílias em Vitória.”

### Conscientização e Educação Ambiental

Para sensibilizar a população sobre a importância da preservação do caranguejo-uçá e os períodos de andada, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) implementou diversas ações educativas. Essas atividades ocorreram em feiras livres, peixarias e instituições de ensino localizadas em áreas de manguezal, buscando engajar a comunidade na proteção do ecossistema.

Além disso, a Semmam, em parceria com catadores de caranguejo, desenvolveu um novo sistema de benefícios que desburocratizou os pagamentos durante os períodos de defeso. Os catadores não só têm recebido apoio, mas também atuam como agentes de fiscalização, colaborando nas operações de monitoramento e nas atividades educativas do projeto “Mangueando na Educação”.

Essas iniciativas visam não apenas proteger a espécie, mas também educar a comunidade sobre a importância dos manguezais, fundamentais para a biodiversidade e para a economia local. Com a conscientização e o engajamento da população, espera-se fortalecer a preservação do caranguejo-uçá e garantir sua continuidade nas águas do Espírito Santo.