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Política municipal para animais de rua é tema de reunião na Câmara de Vitória

Os vereadores da Comissão de Meio Ambiente e Bem estar animal receberam nesta quarta-feira (08/11), na Câmara de Vitória, as representantes das Secretarias de Meio Ambiente e de Saúde do município para debater a política pública de cuidado com os animais.

Os vereadores da Comissão de Meio Ambiente e Bem estar animal receberam nesta quarta-feira (08/11), na Câmara de Vitória, as representantes das Secretarias de Meio Ambiente e de Saúde do município para debater a política pública de cuidado com os animais.

Participaram do debate: a Subsecretária de Atenção à Saúde, Fabrícia Forza Pereira Lima de Oliveira, a Gerente de Bem-Estar Animal, Katiuscia Pinto Rodrigues Oliveira e a gerente do Centro de Vigilância em Saúde Ambiental (CVSA), Wanessa Alves de Andrade.

O vereador André Brandino iniciou relatando a dificuldade do cidadão em solicitar ajuda dos órgãos municipais. “Vemos muitos animais machucados na rua e às vezes a pessoa liga para os canais do Centro de Vigilância em Saúde Ambiental (CVSA), cai no Meio ambiente e não é lá (que tratam do problema). Então, uma das minhas críticas é essa”, disse.

O vereador questionou também o que é feito com o animal depois que ele é resgatado nas ruas. “Sei que a Prefeitura resgata e trata do animal, mas sei que não é possível ficar com muitos animais então queria saber o que acontece depois”, falou.

A vereadora Karla Coser complementou a pergunta dizendo que tem recebido denúncias dos protetores dos animais afirmando que o pessoal da prefeitura tem feito pressão psicológica para que os protetores se responsabilizem pelo pós-operatório da castração e que a prefeitura castra e devolve para as ruas um animal que já havia sido abandonado.

A Gerente de Bem-Estar Animal, Katiuscia Oliveira disse que o programa municipal “Pata Vix” recolhe os animais das ruas para serem encaminhados para uma clínica veterinária onde são vacinados, vermifugados e castrados e depois, são encaminhados para os eventos de adoção.

“Em casos de animais comunitários, já é combinado que a pessoa que já cuida desse animal na rua. Então oferecemos o suporte, que é o atendimento e cuidado provisório e depois encaminhamos para o protetor que faz o recebimento desse animal comunitário, que já tem um vínculo com a comunidade”, explicou.

A gerente disse ainda que os animais vítimas de maus-tratos ficam sob a responsabilidade da Prefeitura até que seja adotado num dos eventos de adoção.

“Não fazemos devolução de animais para rua, entregamos os animais comunitários para uma pessoa que normalmente responde por esses animais em situação de rua”, afirmou.

O vereador Luiz Paulo Amorim relatou o caso em que ele havia ligado para a Secretaria do Meio Ambiente para alertar sobre um animal abandonado e informaram que o animal seria resgatado. No entanto, enquanto o animal não era resgatado, alguém acabou atirando nele.

Para evitar situações assim, o vereador solicitou que houvesse um telefone específico que recebesse essas demandas.

Para a Subsecretária de Atenção à Saúde, Fabrícia Forza o trabalho de saúde e bem estar animal tem limitações. “E são nessas limitações que nós trabalhamos. São limitações existentes ainda, mas que vamos tentar ultrapassar e propor mais serviços para nossa população”, afirmou.

A gerente do Centro de Vigilância em Saúde Ambiental (CVSA), Wanessa de Andrade disse que entende o sofrimento das pessoas ao ver os animais nas ruas.

“Mas as Secretarias têm suas limitações mesmo. No que compete à Secretaria de saúde, nosso trabalho é regulamentado pelo Ministério da Saúde e temos, dentro do Centro de combate à zoonoses, o controle das doenças transmitidas por animais que são do interesse para a saúde”, detalhou.

“O resgate dos animais e de rua está ligado aos animais que estejam com alguma doença, atropelado, ou com alguma alteração neurológica”, contou a Gerente.

“Às vezes pode parecer uma falta de comunicação, o munícipe faz a solicitação no 156, mas falta informações básicas para que o canal possa fazer o devido direcionamento. Se não estiver bem pautado, pode acontecer de ser encaminhado para o Pata Vix e não ser da competência deles ou vice-versa. Precisa ter informações essenciais para o devido encaminhamento”, esclareceu Wanessa.

Karla Coser lembrou que há animais de rua que se reproduzem nas ruas, ou seja, não foram necessariamente abandonados. “Fizemos uma indicação para que a prefeitura faça um abrigo para esses animais e disponibilize pontos de água nas ruas”.

A vereadora ainda destacou que alguns protetores, do Morro do Quadro, Maruípe e São Pedro, denunciaram que quando fazem o contato no 156 sobre algum animal abandonado, quem registrou o contato é solicitado que cuide do animal. “Ao explicar que o animal não era dela, são ameaçadas de serem denunciadas por abandono de animais. Acreditamos que essa não é a postura correta”, afirmou.

O vereador Brandino disse que a Prefeitura não pode deixar de atender por falta de informação do morador sobre a situação do animal. Ele também apontou que o sistema da Prefeitura apresenta falhas. “O serviço é inovador, mas temos que tirar essa ideia de culpar o munícipe de tentar ajudar o animal, dizendo que o serviço não foi prestado por falta de informação. Preciso de um número efetivo que a gente ligue e que o serviço seja prestado, independente de ter a informação completa ou não”, ressaltou.

A gerente Katiuscia de Oliveira detalhou as atribuições do Programa de Pata Vix e seus objetivos que são o resgate, o tratamento e a reinserção do animal na sociedade.

“A guarda do animal junto à Prefeitura é temporária. O que nós podemos fazer para ajudar os animais e os protetores, essa gestão tem feito. Óbvio que há muito a ser feito, mas acredito que vamos avançar ainda mais. O serviço é novo e cada dia estamos no empenhando para fazer mais”, disse.

Subsecretária de Atenção à Saúde, Fabrícia Forza Pereira Lima de Oliveira se comprometeu a conversar com a equipe do 156 para aprimorar o serviço.

Estiveram presentes os vereadores: Luiz Paulo Amorim, Karla Coser, André Brandino e André Moreira.