Um sucatão, comércio de materiais recicláveis semelhante a um ferro-velho, foi interditado e teve sua estrutura demolida durante uma operação realizada nesta quarta-feira (17), no bairro Cristóvão Colombo, em Vila Velha. A ação foi coordenada pela Prefeitura e envolveu equipes das secretarias de Defesa Social e Trânsito, Saúde, Meio Ambiente, Obras, Serviço Social e Assistência Social.

O estabelecimento já havia sido interditado e embargado outras duas vezes, nos anos de 2023 e 2024, por falta de licença ambiental. Mesmo após as penalidades anteriores, os fiscais encontraram o local funcionando de forma irregular novamente, sem apresentar qualquer documentação de licenciamento ambiental válida.

Durante a fiscalização, os agentes constataram o acúmulo desordenado e inadequado de materiais recicláveis como papel, papelão, plásticos, metais, vidros, eletrodomésticos inservíveis e outros itens armazenados em condições precárias. Todo o material foi apreendido.

Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o acondicionamento irregular dos resíduos representava risco de contaminação do solo e da água, além de favorecer a proliferação de vetores de doenças, causar poluição visual, formação de líquidos percolados e risco de incêndio — fatores que comprometem a saúde pública e o meio ambiente.

A Vigilância Sanitária também identificou uma série de irregularidades, como acúmulo de lixo, pneus com água parada e a presença de animais sinantrópicos como ratos e mosquitos, o que representa risco de transmissão de doenças como leptospirose, dengue, zika e chikungunya.

“Diante da gravidade da situação e do risco à saúde pública, foi determinada a interdição do estabelecimento e aplicada multa administrativa, conforme prevê a legislação sanitária vigente”, declarou a secretária de Saúde, Cátia Lisboa.

A estrutura foi demolida

De acordo com o secretário de Defesa Social e Trânsito, major Rogério Gomes, devido à reincidência das irregularidades, à precariedade da estrutura do galpão e ao risco sanitário e ambiental, a prefeitura optou pela demolição do local.

“Além das irregularidades ambientais e sanitárias, havia três pessoas trabalhando sem registro formal e sem equipamentos de proteção. Como o proprietário já havia sido notificado em fiscalizações anteriores e não regularizou a situação, foi necessário apreender toda a sucata e demolir a estrutura para impedir a reabertura irregular”, afirmou o secretário.

O major também destacou que a Prefeitura irá intensificar as fiscalizações em estabelecimentos do tipo, com o objetivo de garantir o cumprimento das normas ambientais, trabalhistas e de saúde pública. “Queremos que os estabelecimentos funcionem com documentação em dia e trabalhadores contratados de forma regular, com carteira assinada e dignidade”, concluiu.

O responsável pelo sucatão foi identificado e conduzido à Delegacia Regional de Vila Velha para prestar esclarecimentos.