
Foto: Freepik
O Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-ES) divulgou, nesta quarta-feira (1º), uma nota técnica com orientações a consumidores e comerciantes diante do crescimento dos casos de intoxicação causados por bebidas alcoólicas adulteradas no Brasil.
O alerta ocorre após a confirmação de cinco mortes em São Paulo nas últimas semanas. Outros 15 casos ainda estão sob investigação no mesmo estado, enquanto em Pernambuco a Agência de Vigilância Sanitária apura três ocorrências semelhantes.
As investigações apontam que as mortes foram provocadas pela ingestão de produtos contaminados com metanol — uma substância química altamente tóxica, usada como solvente e na produção de combustíveis e tintas, mas proibida para consumo humano. A Polícia Federal abriu inquérito para rastrear a origem do produto utilizado na adulteração das bebidas em São Paulo.
Riscos à saúde
Segundo o Procon-ES, a ingestão de metanol pode causar sintomas como dor de cabeça intensa, náusea, visão turva, tontura e, em casos graves, levar à cegueira permanente ou até mesmo à morte. O órgão reforça que está intensificando as fiscalizações, mas destaca que os consumidores devem redobrar a atenção na hora da compra.
Como identificar uma bebida adulterada
O Procon-ES orienta que o consumidor esteja atento a sinais de falsificação:
Lacres quebrados, tampas violadas ou rótulos de má qualidade;
Informações borradas ou com erros ortográficos;
Ausência do selo fiscal/papel-moeda;
Preços muito abaixo do valor de mercado;
Alterações de cor, cheiro ou sabor;
Falta de registro do Ministério da Agricultura (Mapa) no rótulo.
Além disso, a recomendação é não reutilizar garrafas: ao descartar, deve-se quebrar ou inutilizar a embalagem para evitar que falsificadores a reaproveitem. Entre as bebidas mais falsificadas estão uísque, gim, vodca e cachaça.
Recomendações aos comerciantes
O órgão também orienta bares, restaurantes e distribuidoras a:
Comprar somente de fornecedores legalizados e exigir nota fiscal;
Manter cadastro atualizado para garantir rastreabilidade;
Conferir lacres, rótulos e procedência de cada lote;
Guardar comprovantes, recibos e imagens de câmeras de segurança, que podem auxiliar as autoridades em eventuais investigações.
O que fazer em caso de suspeita
Consumidores: não consumir a bebida suspeita e denunciar imediatamente ao Procon-ES, à Vigilância Sanitária ou à Polícia Civil.
Comerciantes: suspender a venda do lote e comunicar as autoridades.
Sintomas de intoxicação: procurar atendimento médico de urgência.