Compartilhe

WhatsApp
Facebook
Telegram

Procon reforça alerta sobre dependência causada por apostas virtuais

Diante do aumento expressivo de casos de vício em jogos, a Prefeitura de Vila Velha, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Semdec) e do Procon Municipal, emitiu um novo alerta à população sobre os riscos das apostas online. A iniciativa visa conscientizar os consumidores sobre os impactos negativos desse tipo de atividade, principalmente no orçamento doméstico e na saúde mental.

A ação acompanha a preocupação de especialistas, como o diretor da Associação Psiquiátrica do Espírito Santo, Dr. José Luís Leal de Oliveira, que recentemente chamou a atenção da imprensa para os danos provocados pelo vício em jogos. Segundo ele, o problema está cada vez mais presente nas famílias brasileiras, inclusive em Vila Velha.

“Embora as apostas online sejam amplamente divulgadas como forma de entretenimento, os perigos são reais. O principal risco é o desenvolvimento de vício, que pode gerar endividamento, problemas de saúde mental e conflitos familiares. Nossa missão é orientar a população e promover um consumo consciente e seguro”, afirmou o superintendente do Procon Vila Velha, Moisés Penha.

Impactos nas finanças e no consumo

Estudos recentes comprovam que as apostas online afetam diretamente o comportamento financeiro dos brasileiros. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), realizada em maio de 2024, revelou que 63% dos entrevistados comprometeram parte da renda com jogos de aposta. Como consequência:

  • 23% deixaram de comprar roupas;

  • 19% reduziram os gastos com supermercado;

  • 11% atrasaram o pagamento de contas essenciais.

Já a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estimou, em relatório divulgado em janeiro de 2025, que o setor varejista brasileiro perdeu R$ 103 bilhões em faturamento devido ao redirecionamento de recursos das famílias para apostas online. O levantamento, com base em dados do Banco Central, apontou que os brasileiros gastaram cerca de R$ 240 bilhões com jogos eletrônicos de aposta ao longo de 2024.

Sinais de alerta para o vício

O Procon Vila Velha identificou sinais que podem indicar um comportamento compulsivo com apostas. Entre eles:

  • Negligência de responsabilidades para apostar;

  • Incapacidade de parar ou limitar o valor das apostas;

  • Pressão emocional para recuperar perdas;

  • Isolamento social e conflitos familiares;

  • Ansiedade, depressão ou outros transtornos mentais.

Segundo Moisés Penha, é fundamental reconhecer esses sinais e buscar ajuda o quanto antes. “A dependência pode se instalar de forma rápida e silenciosa. O fascínio pelo lucro fácil, aliado à tecnologia, transforma o lazer em uma armadilha perigosa para o consumidor”, alerta.

Quatro consequências graves do vício

  1. Vulnerabilidade de públicos específicos: jovens, idosos e pessoas em situação emocional delicada são mais suscetíveis.

  2. Impacto psicológico: surgimento de ansiedade, compulsão e prejuízos à saúde mental.

  3. Endividamento crescente: tentativa de recuperar perdas financeiras agrava a situação.

  4. Efeitos sociais e familiares: isolamento, negligência e conflitos dentro da família.

Orientações à população

O Procon Vila Velha recomenda:

  • Buscar ajuda profissional ao identificar sinais de dependência;

  • Conversar com familiares e amigos sobre o problema;

  • Evitar o consumo de propagandas relacionadas a jogos de azar;

  • Substituir as apostas por atividades alternativas e saudáveis;

  • Estabelecer limites de tempo e dinheiro caso o hábito persista.

Mesmo com a regulamentação das apostas esportivas no Brasil pela Lei nº 14.805/2023, os riscos continuam presentes. “A legislação é importante, mas não elimina os danos causados pelo vício. Por isso, o Procon reforça a necessidade de consumo consciente e responsabilidade”, enfatiza Penha.

Atuação conjunta

Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Everaldo Colodetti, é preciso um esforço conjunto entre poder público, iniciativa privada, instituições religiosas e sociedade civil.

“As apostas online estão mudando a forma como as pessoas consomem e impactando diretamente a economia e o bem-estar das famílias. É nosso dever atuar de forma preventiva, informando e protegendo o cidadão”, afirma Colodetti.

Notícias Recentes