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Projeto utiliza a música como instrumento de transformação na vida de homens em busca de um novo começo

Em alusão ao Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, celebrado na próxima quinta-feira (20), a Secretaria Municipal da Mulher e Direitos Humanos (Semdh), por meio da Gerência de Proteção Contra as Drogas, lançou nesta terça-feira (18) o projeto “Cantando a Vida”. A iniciativa busca utilizar a música como uma ferramenta de superação, promovendo transformação e oferecendo um novo começo para pessoas em processo de recuperação.

O lançamento aconteceu no Instituto Neemias, localizado em Nova Campo Grande, que atualmente acolhe 11 internos. O projeto propõe que os participantes criem coletivamente uma música original, passando por um processo que inclui aulas teóricas sobre diversos estilos musicais, atividades práticas de escuta ativa, análise crítica de letras e reflexões sobre experiências pessoais. A proposta é não apenas revelar talentos musicais, mas também fortalecer a autoestima, estimular a esperança e ajudar os participantes a ressignificarem suas histórias de vida.

“A música tem o poder de transformar vidas, e o projeto foi idealizado justamente para oferecer essa ferramenta de superação. Queremos despertar a autoestima, a esperança e a capacidade de reescrever histórias,” destacou Danyelle Lirio, secretária da Mulher e Direitos Humanos.

A gerente de Prevenção Contra as Drogas, Idalina Costa, reforçou a importância do projeto e a escolha do Instituto Neemias para o lançamento. Segundo ela, a instituição se destacou por sua organização e por fazer parte do Conselho Municipal.

“O projeto tem como objetivo não só trabalhar a memória e a valorização da leitura e escrita, mas também proporcionar momentos que levem autoestima e esperança aos homens atendidos. Eles vão compor a música ‘Cantando a Vida em Cariacica’, o que representa um processo de reflexão e reconstrução pessoal,” afirmou Idalina.

O professor de música André Batista, voluntário na iniciativa, ressaltou o poder emocional da música. Para ele, a melodia vai muito além do som; é um instrumento que pode despertar sentimentos guardados e trazer à tona lembranças importantes.

“Em experiências anteriores, ao ministrar palestras para dependentes químicos, percebi que a música tem a capacidade de acessar memórias e sentimentos que muitas vezes estão escondidos. Algumas letras fazem com que as pessoas se recordem de momentos marcantes com familiares, como pais e irmãos. Queremos resgatar esses sentimentos para que eles possam se expressar e se reconectar consigo mesmos,” explicou André.

O pastor Geraldo Luiz Casagrande, presidente do Instituto Neemias há 20 anos, explicou que a instituição funciona como uma comunidade terapêutica, acolhendo homens de 18 a 59 anos em internação voluntária, com tratamento que dura de quatro a seis meses. O trabalho é baseado em um tripé que envolve convivência, laborterapia e espiritualidade, tendo como foco principal a transformação de caráter.

“Desde a nossa fundação, em 2004, já acolhemos mais de 918 homens. Sempre buscamos parcerias que agreguem ao nosso trabalho, mas esta é a primeira vez que recebemos um projeto musical, o que certamente vai agregar muito ao processo terapêutico dos internos,” comentou o pastor.

Como funcionará o projeto?

O “Cantando a Vida” terá encontros semanais ao longo de três meses no Instituto Neemias. Ao término desse período, a iniciativa será expandida para outras entidades parceiras, como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Unidades de Saúde. O projeto também contará com ações complementares, como palestras e rodas de conversa promovidas em colaboração com outras secretarias, entre elas a de Saúde.

A expectativa dos organizadores é que a música sirva como um canal para que os participantes encontrem força, expressem seus sentimentos e descubram novos significados para suas histórias de vida.

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