SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma das três reféns libertada neste domingo (19) pelo Hamas, Emily Damari, 28, perdeu dois dedos após ser baleada na mão no ataque do grupo terrorista em 7 de outubro de 2023.
Jovem britânico-israelense aparece em fotos ao lado da mãe com a mão enfaixada. As imagens divulgadas pelo exército israelense mostram Emily abraçando a sua mãe, Mandy Damari. “Quero agradecer a todos que nunca pararam de lutar por Emily durante essa provação horrenda e que nunca pararam de dizer seu nome. Obrigada por trazer Emily para casa”, escreveu a mãe da jovem.
Emily Damari deve passar por exames médicos, assim como as outras duas reféns libertadas hoje. Romi Gonen, 24, e Doron Steinbrecher, 31, também já reencontraram as suas famílias. As três foram levadas de helicóptero a um centro médico em Tel Aviv.
As três mulheres são as primeiras dos 33 reféns a serem libertados pelo grupo terrorista. Em troca, 95 prisioneiros palestinos devem ser libertados. Israel confirmou o recebimento da lista, dando início ao cessar-fogo às 11h15 de hoje, no horário local (6h15 no horário de Brasília) -três horas depois do inicialmente previsto.
SAIBA QUEM SÃO AS REFÉNS LIBERTADAS
Romi Gonen tinha 23 anos no dia do ataque e estava no festival de música eletrônica Nova, invadido pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. No momento do ataque, ela conseguiu ligar para a mãe, Meirav, enquanto tentava fugir do local, segundo o jornal “The Jerusalem Post”. Três amigas da jovem, que estavam com ela naquele dia, foram assassinadas.
Mãe de Romi virou símbolo da luta para libertar os reféns do Hamas. Meirav Leshem Gonen se encontrou com líderes mundiais, ministros do governo e organizações internacionais implorando para que fossem feitos mais esforços para levar sua filha para casa.
Refém libertada anteriormente disse que Romi estava viva, mas em más condições de saúde. “A mão dela não funciona. Os dedos dela mal se movem e estão mudando de cor – e isso foi há 10 semanas”, disse a família ao jornal “Daily Mail”.
Doron Steinbrecher, 31, tem dupla nacionalidade: israelense e romena. A enfermeira veterinária estava no apartamento dela, no kibutz (comunidade) Kfar Azza, em Israel, quando foi levada pelo Hamas, segundo o “The Jerusalem Post”.
Hamas divulgou vídeo em janeiro de 2024 no qual Doron aparecia. De acordo com “The New York Times”, ela estava ao lado de outras prisioneiras, que imploravam pela libertação.
Última mensagem da refém para família foi um áudio. “Eles me pegaram, eles me pegaram”, diz a gravação, compartilhada por sua mãe com o jornal “Financial Times”. Em janeiro de 2024, após 107 dias em cativeiro, o Hamas divulgou um vídeo mostrando Doron e outros dois reféns dentro de túneis.
Família alegou que o Hamas não estava fornecendo a ela a medicação necessária. A mãe levantou a questão com a Cruz Vermelha, mas não disse qual doença a filha tem.
Emily Damari, 28, tem dupla cidadania: britânica e israelense. Ela foi feita refém durante o ataque do Hamas ao Kfar Azza junto com outros 37 moradores do kibutz. Ela foi baleada na mão, vendada e forçada a entrar em seu próprio carro, levado então para Gaza, de acordo com a Sky News.
Ela foi criada em Israel, mas viajava para a Grã-Bretanha com frequência, de acordo com a mãe. A britânica Mandy Damari foi até Israel em dezembro para implorar por um acordo de reféns e cessar-fogo.
Mandy Damari disse que a filha era fã de futebol e que gostava de beber. Ela discursou em um evento no Hyde Park, em Londres, e disse que a filha tem um “clássico senso de humor britânico, com uma pitada de chutzpah israelense para completar”.
Presidente dos EUA Donald Trump comemorou o cessar-fogo na sua rede social Truth Social. “Reféns começando a sair hoje! Três jovens maravilhosas serão as primeiras.” Presidente disse que haveria “um inferno a pagar” se os reféns não fossem libertados até sua posse amanhã.