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Saiba o que é a Usaid, agência de ajuda externa na mira de Musk

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma das organizações afetadas pelas primeiras medidas de Donald Trump no governo foi a Usaid, ou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês). Como muitas outras iniciativas federais americanas, os fundos dela foram congelados por 90

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma das organizações afetadas pelas primeiras medidas de Donald Trump no governo foi a Usaid, ou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês). Como muitas outras iniciativas federais americanas, os fundos dela foram congelados por 90 dias para passar por revisão.

Mais recentemente, no entanto, Elon Musk começou uma campanha para extingui-la totalmente, acusando-a até mesmo de ser uma organização criminosa.

Seus comentários ocorrem após diversos funcionários da Usaid serem afastados de suas funções após se recusarem a conceder acesso a sistemas internos a funcionários do Doge (Departamento de Eficiência Governamental), órgão que o bilionário chefia.

O presidente John F. Kennedy fundou a agência em 1961, com o intuito principal de centralizar e promover a ajuda externa dos EUA. À época, a Usaid reuniu um rol de programas de assistência estrangeira que já estavam em vigor.

Ao longo das décadas, segundo diz o portal da própria agência, a Usaid ampliou seu escopo de atuação para promover “necessidades humanas”, como nutrição e educação, além de estimular a democracia e mercados livres.

Desde a década de 1990, o maior foco da agência foi a área da saúde. De acordo com os relatórios anuais, o setor foi alvo da principal parcela do investimento até 2022, no contexto da pandemia de Covid-19. Os esforços da agência também são historicamente vinculados à luta contra a Aids —em 2019, os investimentos da organização contribuíram para fornecer testes de HIV para mais de 79,6 milhões de pessoas.

Depois, com a decisão dos EUA de apoiarem a Ucrânia na guerra contra a Rússia, a agência passou a investir mais em outras áreas de assistência humanitária, como desenvolvimento social, educação e outros. Em 2023, ela investiu um total de US$ 40 bilhões em ajuda externa —o valor representa menos de 1% do orçamento federal dos EUA.

A Usaid ainda organiza iniciativas paralelas com objetivos específicos. Também em 2023, o seu Programa Alimentos para a Paz movimentou mais de 1,1 milhão de toneladas de alimentos provenientes de produtores americanos. Os esforços visavam a fornecer assistência alimentar a populações de países em desenvolvimento.

Os decretos de Trump englobaram verbas que a agência destina a ONGs de todo o mundo, inclusive no Brasil.

Na noite do último domingo (2), o republicano afirmou que a Usaid era administrada por “um bando de lunáticos radicais” que seriam expulsos. Musk fez coro em uma publicação no X: “A Usaid é uma organização criminosa. É hora de ela morrer”.

No início do mês, o Departamento de Estado anunciou o congelamento total das verbas destinadas à organização. De acordo com a ordem do presidente, a intenção era analisar se ações praticadas eram “eficientes e consistentes com a política externa dos EUA sob a agenda do ‘América Primeiro'”.

Após a repercussão, o secretário Marco Rubio —que anunciou nesta segunda (3) ter assumido interinamente o controle da agência— assinou uma ordem que retoma a parte dos investimentos que se destina a “programas existentes de assistência humanitária que salvam vidas”.

Na prática, o corte de verbas levou à interrupção no fornecimento de medicamentos do tratamento de HIV, malária e tuberculose. No Paquistão, por exemplo, as equipes foram orientadas a suspender o trabalho em vários projetos, incluindo a reconstrução de delegacias de polícia danificadas por enchentes no fim do ano passado.

Trump afirmou, também no domingo, que seu governo tomará uma decisão quanto à agência nos próximos dias. Membros do Partido Democrata exigiram uma carta da administração que reconheça a independência e o trabalho da Usaid. Dentro do governo, existem relatos de uma possível fusão ao Departamento de Estado —o que a oposição entende como prejudicial ao seu funcionamento.

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