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Sobe e desce do dólar, o que pode acontecer com o preço dos carros em 2025 e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Sobe e desce do dólar, o que pode acontecer com o preço dos carros em 2025, de onde vem o seu azeite para ser tão caro e outros destaques do mercado nesta terça-feira (4).

**DÓLAR BRINCA DE IOIÔ**

A segunda-feira (3) começou seguindo as

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Sobe e desce do dólar, o que pode acontecer com o preço dos carros em 2025, de onde vem o seu azeite para ser tão caro e outros destaques do mercado nesta terça-feira (4).

**DÓLAR BRINCA DE IOIÔ**

A segunda-feira (3) começou seguindo as expectativas do mercado: o dólar ganhou força frente a muitas divisas, inclusive o real.

R$ 5,902 foi a cotação máxima no dia, no início da tarde.

Esta era a previsão dos investidores, uma vez que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, havia anunciado o cumprimento das suas promessas econômicas: a imposição de tarifas de importação sobre produtos do México, Canadá e China.

Temendo o início de uma guerra tarifária, os investidores correm para ativos que consideram seguros: o dólar e os “bonds” (títulos do tesouro americano) sendo os mais comuns. Foi assim que a divisa americana ganhou força.

Pela manhã os principais índices acionários dos EUA (S&P 500, Nasdaq e Dow Jones) começaram o dia recuando. O mesmo acontecia com o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira.

É comum que o dinheiro saia da renda variável em momentos de tensão econômica.

O peso mexicano perdia valor frente ao dólar, que chegou a subir 3% em relação à moeda do rival. O dólar canadense atingiu o menor nível desde 2003.

PONTO DE VIRADA

Trump e Claudia Sheinbaum, presidente do México, chegaram a um acordo: os EUA suspenderão, por um mês, a taxa sobre produtos mexicanos, enquanto o México enviará 10 mil soldados para reforçar a fronteira com seu vizinho do Norte.

A mensagem do republicano ficou ainda mais clara. As tarifas são uma forma de (tentar) conseguir o que quer de outros países, que temem uma guerra comercial. Não há garantia, mas abre margem para que os americanos barganhem seus desejos.

Durante a tarde entendimento era de que Trump estaria disposto a negociar as medidas mais agressivas de seus planos para a economia, o que gerou uma onda de alívio.

Prova disso é que o Canadá também viu as tarifas a serem impostas sobre ele suspensas.

O câmbio virou: o dólar que crescia frente ao real, passou a diminuir. Terminou o pregão em queda de 0,35% a R$ 5,815.

Os índices acionários, no entanto, continuaram aos solavancos. Encerraram o dia assim:

Ibovespa: queda de 0,13%, a 125.970 pontos;

S&P 500: queda de 0,76%, a 5.994 pontos;

Nasdaq: queda de 1,20%, a 19.391 pontos;

Dow Jones: queda de 0,28%, a 44.421 pontos.

E hoje? Quem sabe…? Fato é que o dia começou com uma resposta da China, que anunciou tarifas sobre produtos dos EUA.

**PISANDO NO FREIO**

O ano passado foi bom para as montadoras de veículos. Já 2025 pode não ser tão bom assim, segundo um relatório publicado pela Genial Investimentos ontem.

ACELEROU

O volume de vendas de automóveis no quarto trimestre do ano passado foi o maior dos últimos trimestres desde 2020 –houve um crescimento de 13,1% na comparação ano a ano.

1,95 milhões de unidades foram vendidas, um avanço de 13,2% em relação a 2023.

A gestora analisa que, apesar do alto patamar dos juros no país, a concessão de crédito dos bancos e instituições financeiras sustentou a demanda por veículos.

PARE E PENSE

O câmbio desvalorizado e a alta da taxa básica de juros podem complicar as vendas em 2025.

As projeções para a Selic ao final do ano já chegam a 15% –a da Genial é de 14,25%– e quanto mais altos os juros, mais caro é o crédito.

Assim, menos pessoas podem estar dispostas a entrar em um financiamento de veículos, o que deve comprometer o gás que o setor viu no ano anterior.

O dólar caro frente ao real também não ajuda: boa parte das peças dos carros é importada e paga em moedas fortes, como a divisa americana e a europeia.

A casa de investimentos espera que as montadoras aumentem os preços dos veículos novos ao longo do ano, para adequar-se ao preço de produção.

Por outro lado, os carros novos mais caros podem ajudar a reduzir os preços dos seminovos e usados.

MADE IN BRASIL (?)

As marcas chinesas conquistaram sua fatia no mercado brasileiro e não querem abrir mão dela. A expectativa da Genial é que elas continuem acirrando a concorrência no setor.

Ainda que o governo brasileiro tenha imposto taxas de importação de veículos elétricos, a demanda por eles se manteve forte.

BYD e GWM começam a produzir no Brasil neste ano, a primeira em Camaçari (BA) e a segunda em Iracemápolis (SP).

A casa prevê que seis outras chinesas devem desembarcar aqui nos próximos meses: Leapmotor, GAC, MG Motor, Geely, Polestar e Wulling.

**DE ONDE VEM PARA SER TÃO CARO?**

Você ouviu falar muito do azeite no ano passado, sobretudo porque os preços do produto estavam nas alturas (não que tenha caído muito, mas a situação melhorou).

O azeite extravirgem vendido aqui, em geral, é importado de países como Itália, Espanha, Grécia e Portugal. Você já se perguntou se há azeite feito no Brasil?

A resposta é sim, a olivicultura é parte dos cultivos brasileiros. Entretanto, o segmento encontra uma difícil concorrência no exterior.

A produção dos países mediterrâneos é maior e mais tradicional, além de contar com reconhecimento global.

Resta para os produtores brasileiros buscar maneiras de se diferenciar na competição. Uma das formas é o refinamento da produção: há muito azeite premium sendo produzido aqui.

Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais são os estados que mais produzem o óleo.

Sustentabilidade foi o pilar escolhido pela Lagar H, marca que tem um olival de 170 hectares em Cachoeira do Sul (RS).

Lá, produzem azeite com pegada de carbono menor do que os europeus. O balanço quanto à emissão de gases de efeito estufa é negativo.

A olivicultura é naturalmente sustentável. Não há necessidade de cortar as plantas e arar o solo para replantio, e o carbono estocado pelas plantas não se dissipa. O que a Lagar H fez é levar esse princípio como a alma do negócio.

Vende bem e pega bem. Uma garrafa de 500 ml de azeite da Lagar H pode custar mais de R$ 150. Você pode estar se perguntando quem paga esse valor no óleo, uma vez que os azeites tiveram de ser lacrados nos supermercados por menos do que isso.

Há uma gama de clientes possíveis: pessoas que apreciam culinária e investem em ingredientes de alta qualidade, entusiastas da causa ambiental, entre outros. Uma grande fatia dos compradores da marca é o mundo corporativo.

Ele é responsável por 20% das vendas e é o que mais valoriza os selos ambientais.

Empresas adquirem azeites para presentear, porque pega bem aliar suas marcas a produtos comprovadamente sustentáveis.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

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