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Tailândia faz megacasamento LGBTQIA+ após aprovação de lei de união homoafetiva

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Tailândia celebrou nesta quinta-feira (23) o início da vigência de uma lei que autoriza a união entre pessoas do mesmo sexo.

Centenas de pessoas LGBTQIA+ se casaram na data, e em Bancoc, mais de 200 casais se enfileiraram no salão de um shopping

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Tailândia celebrou nesta quinta-feira (23) o início da vigência de uma lei que autoriza a união entre pessoas do mesmo sexo.

Centenas de pessoas LGBTQIA+ se casaram na data, e em Bancoc, mais de 200 casais se enfileiraram no salão de um shopping de luxo para recitar seus votos em uma cerimônia coletiva.

Funcionários do evento, organizado pelo grupo Bancoc Pride e autoridades municipais, ajudavam os presentes a preencher formulários para receber suas certidões de casamento. Os figurinos eram os mais diversos: havia gente de vestido branco, de terno, de uniforme cerimonial policial e de vestes tailandesas tradicionais.

Grupos LGBTQIA+ esperavam a emissão de 1.448 registros de casamento nesta quinta. O número se refere à seção do código civil tailandês que regula matrimônios. Uma emenda aprovada em junho passado e ratificada pelo rei, Maha Vajiralongkorn, em setembro, substituiu termos do texto como marido e mulher por cônjuge, permitindo assim que pessoas do mesmo sexo possam se casar, tenham o direito de adotar crianças e de herdar propriedades de seus parceiros.

Os ativistas planejavam compilar a quantidade de cerimônias realizadas em todo o território e enviar uma solicitação ao Guinness para reconhecer a Tailândia como detentora do maior número de registros de casamento entre pessoas do mesmo sexo em um único dia.

O país é o primeiro do Sudeste Asiático a autorizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o terceiro a fazê-lo em toda a Ásia, depois de Taiwan e do Nepal.

Sua lei sobre o tema representa uma conquista do movimento LGBTQIA+ local após décadas de luta. Várias das pessoas que se casaram nesta quinta mencionaram essa longa batalha ao serem entrevistadas por agência de notícias.

“Este dia é importante não só para nós, mas para nossos filhos. Nossa família finalmente será uma”, afirmou Ariya “Jin” Milintanapa, que é transgênero, à AFP.

“Já se passaram 17 anos, nos conhecemos na escola e nos deparamos com muita coisa”, disse Ploynaplus Chirasukon, 33, à Reuters ao posar para fotos ao lado da esposa, Kwanporn Kongpetch, depois de os dois receberem a certidão de casamento. “Esperamos ver mais igualdade no futuro”, acrescentou.

O Parlamento tailandês hasteou bandeiras com as cores do arco-íris nesta quinta, e complexos comerciais planejaram eventos para comemorar a implementação da nova lei. Escritórios distritais em todo o país e embaixadas no exterior também estavam abertos para o registro de casamento, disse o governo.

“O casamento igualitário realmente se tornou possível com todos exercendo o poder”, disse o ex-premiê Srettha Thavisin, acrescentando que a data era “próxima do coração de muitos tailandeses” —ele era o primeiro-ministro quando a legislação foi aprovada.

A atual primeira-ministra do país, Paetongtarn Shinawatra, tinha declarado na semana passada que, no amor, “não importa o seu gênero nem o de quem você ama”. “Todos serão protegidos pelas mesmas leis.”

Analistas jurídicos afirmam que a lei sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo criará ímpeto para uma maior inclusão de pessoas LGBTQIA+ na Tailândia.

Outras regulamentações, como aquela referente à construção de uma família legalmente reconhecida, continuam sendo um empecilho para algumas famílias, no entanto, já que a definição de pais como homens e mães como mulheres permanece no código legal do país.

O organizador do Bancoc Pride, Adcharaporn Thongchalaem, disse que a corrida desta quinta-feira para registrar o maior número possível de casamentos não tinha a ver com o volume dos matrimônios, mas com o reconhecimento da comunidade LGBTQIA+.

“Esse evento mostra que muitos casais LGBTQIA+ querem essa certidão. É um símbolo de que a Tailândia está pronta para a mudança rumo à igualdade. O casamento entre pessoas do mesmo sexo é só o primeiro passo”, disse.

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