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Tartaruga gigante é flagrada desovando na Praia de Jacaraípe, na Serra

Uma tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), considerada a maior espécie de tartaruga marinha do mundo, foi flagrada na noite desta terça-feira (8) ao subir na areia para desovar na Praia de Jacaraípe, na Serra, na Grande Vitória. A presença do animal, com cerca de 1,5 metro de comprimento e 1,2 metro de largura, chamou atenção por acontecer fora do período habitual de desova e em um local incomum para a espécie.

De acordo com o biólogo Alexsandro Santos, pesquisador da Fundação Projeto Tamar, o comportamento da tartaruga é considerado atípico. Normalmente, essa espécie realiza a desova entre os meses de setembro e dezembro, especialmente em Regência, no litoral Norte do Espírito Santo, reconhecido como o principal ponto de desova da espécie no Brasil.

A ocorrência foi confirmada pelo Instituto Brasileiro de Fauna e Flora (Ibraff) e pelo Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), responsável pelo monitoramento costeiro nos municípios de Serra, Fundão e Aracruz. Na praia, a tartaruga foi avaliada, teve suas medidas registradas e teve material genético coletado para análise de DNA.

Segundo os especialistas, rastros encontrados na areia indicam que essa foi a terceira vez que a mesma tartaruga esteve na Praia de Jacaraípe. No entanto, foi a primeira vez em que foi flagrada desovando no local.

A Polícia Militar Ambiental também esteve presente e realizou o isolamento da área para proteger o animal. A orientação à população foi para manter distância, evitar barulhos excessivos e não usar flash ao fotografar, a fim de não estressar a tartaruga durante o processo de desova.

A tartaruga-de-couro está classificada como “criticamente ameaçada” de extinção. A Fundação Projeto Tamar estima que aproximadamente 20 animais da espécie passaram pelo litoral capixaba ao final da temporada de desova de 2024.

Apesar da ocorrência fora do período usual, o biólogo Alexsandro Santos esclarece que o comportamento não indica que o animal esteja doente. “Via de regra, quando o bicho está doente, muito debilitado, ele não se reproduz, porque é preciso muita energia para isso, para migrar, depositar os ovos. Essa tartaruga vista, provavelmente, é um animal saudável, mas fora de época. A gente não sabe se ela está atrasada da última temporada ou adiantada para a próxima”, explicou.

As fêmeas da espécie atingem a maturidade reprodutiva a partir dos 14 anos e costumam retornar para desovar a cada dois anos, durante um período de cerca de duas décadas.

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