
Reprodução: Instagram/@ipram.es
O litoral do Espírito Santo registrou o encalhe de 32 pinguins-de-Magalhães nas últimas duas semanas, segundo o Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram). Desses, 28 morreram e apenas quatro seguem em tratamento. Todos os animais são juvenis, com menos de um ano de idade, e estão em sua primeira migração de inverno.
A maioria foi encontrada em estado crítico, com sinais de caquexia (perda severa de peso), desnutrição, infecções respiratórias e marcas de interação com a pesca. Embora 15 tenham sido resgatados com vida, grande parte não resistiu nas primeiras horas após o resgate.
A operação de resgate é conduzida por três instituições especializadas que atuam em diferentes regiões do Estado:
Projeto Tamar: São Mateus, Linhares e Grande Vitória;
Ipram: Conceição da Barra, Aracruz, Fundão e Serra;
IPCMAR: litoral sul, de Guarapari a Presidente Kennedy.
De acordo com Luis Felipe Mayorga, presidente do Ipram, o fenômeno é recorrente durante o inverno, embora com intensidade variável. “No ano passado, foram mais de 50 pinguins registrados aqui na costa. Eles são encontrados em todo o Espírito Santo, do Norte ao Sul”, afirmou.
Segundo ele, os locais com maior incidência de encalhes são áreas próximas à foz de rios, como o Rio Doce, em Regência, e o Rio Benevente, em Anchieta, onde há maior disponibilidade de alimento para os animais.
Cuidados e orientações
Mayorga alerta para a importância de não tocar nos pinguins e de não colocá-los em caixas. “A recomendação é deixar o pinguim na areia, cobrir com uma toalha seca ou canga e acionar imediatamente o resgate. O contato direto pode representar risco, inclusive de transmissão de gripe aviária”, explicou.
A população pode acionar as equipes de resgate pelo telefone 0800 991 4800, canal do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP), uma exigência do licenciamento ambiental conduzido pelo Ibama à Petrobras.