Compartilhe

WhatsApp
Facebook
Telegram

Ufes desenvolve esteira inteligente com realidade virtual para idosos

SmartTreadmill combina jogos em 3D e sensores de movimento para combater o sedentarismo

Divulgação: Labtel

Atividade física e diversão nem sempre caminham juntas, especialmente para quem já passou dos 60 anos. No entanto, um projeto inovador da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) busca mudar essa percepção. A SmartTreadmill, uma esteira inteligente desenvolvida no campus da Ufes, integra realidade virtual, jogos em 3D e sensores de movimento com o objetivo de estimular idosos sedentários a se exercitarem com mais motivação.


Tecnologia para um Exercício Imersivo e Interativo

A inovação é fruto de uma colaboração entre o Laboratório de Telecomunicações (Labtel) e o Human Centered System Lab (HCS), coordenado pelo professor Anselmo Frizera, do Departamento de Engenharia Elétrica. O equipamento proporciona uma experiência imersiva e interativa: enquanto caminham na esteira, os usuários são inseridos em um ambiente virtual onde precisam interagir com objetos que são lançados por um personagem. Para isso, utilizam os braços para pegar ou rebater esses objetos, tudo exibido em um telão à frente da esteira, criando a sensação de estar dentro da cena.

A movimentação dos usuários é captada por sensores que enviam sinais para o jogo em tempo real. Essa abordagem não só trabalha a parte física, mas também a coordenação motora e a capacidade cognitiva, tudo com o acompanhamento de profissionais de saúde.

Meilen Juliana Salamanca, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEE), explica que a tecnologia se baseia na gamificação, uma técnica que utiliza dinâmicas de jogos para tornar o processo mais envolvente e eficiente. “A ideia é trazer elementos típicos dos videogames para o ambiente de reabilitação ou treinamento funcional”, afirma. O programa do projeto tem duração de três meses e inclui mudanças nos cenários, como a troca de estações do ano e variações climáticas, além de desafios de memória, como a necessidade de lembrar objetos recolhidos anteriormente.


Próximos Passos: Testes com Voluntários e Combate ao Sedentarismo

A próxima fase do projeto será a validação com idosos sedentários, para medir os impactos físicos e cognitivos da metodologia. O laboratório está atualmente buscando voluntários para os testes, que devem entrar em contato através do Instagram do HCS Lab para participar.

Carla Zimerer, pós-doutoranda também do PPGEE, ressalta a gravidade do sedentarismo associado ao envelhecimento: “Leva à perda da capacidade funcional, piora da saúde e da qualidade de vida”. Segundo ela, a falta de motivação é um dos grandes desafios enfrentados por profissionais da saúde ao tentar incentivar a prática de atividades físicas entre os idosos.

O projeto conta com financiamento de importantes instituições como o CNPq, a Capes e a Fapes, reforçando o papel da pesquisa pública no desenvolvimento de soluções inovadoras para a saúde e a qualidade de vida da população.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda ao menos 150 minutos semanais de atividade física moderada. A esteira inteligente da Ufes pode ser a ferramenta que faltava para muitos idosos saírem do sedentarismo, oferecendo uma abordagem mais leve, divertida e tecnológica.

Notícias Recentes