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‘É uma novela de memes prontos’, diz Camila Pitanga sobre ‘Beleza Fatal’

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - "Que boa ideia esse casamento primaveril em pleno outono", solta a ex-secretária Lola logo após se casar com um cirurgião plástico ricaço em "Beleza Fatal". A referência não poderia ser mais explícita: a vilã é vivida por Camila Pitanga, a mesma que transformou

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Que boa ideia esse casamento primaveril em pleno outono”, solta a ex-secretária Lola logo após se casar com um cirurgião plástico ricaço em “Beleza Fatal”. A referência não poderia ser mais explícita: a vilã é vivida por Camila Pitanga, a mesma que transformou a frase em meme.

O trecho da novela “Paraíso Tropical” (Globo, 2007), na qual Pitanga interpretou a prostituta Bebel, faz sucesso até hoje na internet. E não é a única alusão à icônica personagem na nova trama, que estreia no dia 27 no serviço de streaming Max. “É uma novela de memes prontos”, avalia a intérprete.

Não que os bordões de Bebel sejam a única coisa que chama a atenção na interpretação (intencionalmente alguns tons acima) de Lola. De sua boca saem os maiores impropérios possíveis, suas ações são as mais malignas da trama… e, no entanto, não estranhe se diversos cortes de suas cenas começarem a pipocar nas redes sociais e ela se tornar a queridinha do público.

“No início, eu achava tão absurdo tudo que ela falava, achava tão fora de mim -e de fato é-, mas eu precisava achar o coração dela”, contou a atriz em evento de divulgação da novela. “Ainda que Lola seja essa mulher exuberante, histriônica e que faz sarro de tudo, é uma mulher cuja verdade eu precisei encontrar.”

Ela conta que uma de suas referências foi o documentário “Um Lugar ao Sol”, de Gabriel Mascaro, que mostra moradores de áreas nobres próximas a favelas, mas que, no fundo, achou tudo o que precisava no texto do autor Raphael Montes.

“O Rapha é generoso em trazer na voz dela um pouco dos antecedentes de uma vida em que teve violência, teve muito sofrimento, teve muita superação, então, foi achar esse coração para poder aterrar ela, para ter dois pés no chão e para ela poder voar no sonho, no devaneio, na loucura… porque às vezes ela é louca, impiedosa. Eu acho que foi a busca que fiz para poder emprestar a minha humanidade à humanidade possível da Lola.”

Pitanga se apressa quando ouve dos colegas que ela fez “prova da OAB logo antes da novela e trabalhou muito como advogada de defesa de sua personagem”. “Ah, eu vou defender mesmo”, brinca. “Se eu não defender esse ponto de vista humano, não tem como eu dar veracidade para ela”, explica.

E, então, como a atriz define Lola? “É uma mulher perigosa, histriônica, ambiciosa, mas, contudo, inteligente, que rebola, se organiza e se equilibra no salto alto. Eu estou falando do salto alto no sentido strictu senso e na vida. Ela é uma mulher que corre atrás do que acredita sem medir esforços, atropelando, matando…”

Porém, a atriz também destaca o lado solar da vilã. “Ela tem um despudoramento, um humor e uma vontade de viver que contagiam a gente”, prossegue. “Mesmo tendo esse lado mais denso e, digamos, perigoso e terrível, a gente gosta dela. Eu, pelo menos, me apaixonei por ela.”

Sobre o retorno às novelas após quase uma década, Pitanga diz que sempre foi cobrada pelo público para voltar ao formato. Antes de “Beleza Fatal”, sua última havia sido “Velho Chico” (Globo), de 2016, que teve um desfecho traumatizante quando Domingos Montagner, seu par romântico, morreu afogado pouco antes de gravar as cenas finais.

“Estava esperando um projeto que realmente fizesse algum sentido para mim, mas, se tem uma coisa que eu ouço por aí, é: ‘Camila, quando é que você vai voltar às novelas?'”, alegra-se. “Tem esse chamamento de entrar no táxi, de estar na praia, de, enfim, estar na rua e as pessoas falarem: ‘Cara, a gente tem muita saudade de você’.”

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