Uma situação envolvendo a educação de um aluno autista de nível 2, na Fundação Deolindo Perim, tem gerado divergências e preocupação entre a comunidade escolar e a família do estudante Camilo. Em vídeos divulgados recentemente, o pai e a mãe do menino, Giovanni Nodari e Núbia Altoé, exporam sua indignação e esclareceu pontos importantes sobre a decisão da escola em relação ao acompanhamento terapêutico de seu filho.
Núbia Altoé, mãe de Camilo, relatou que a escola tem tomado medidas que contrariam uma determinação judicial, a qual garante a presença de uma acompanhante terapêutica (AT) durante todo o período escolar de Camilo. Segundo ela, a instituição alega que está seguindo a ordem judicial e justifica suas ações com base em supostos prejuízos pedagógicos ocasionados pelo aluno. No entanto, contesta essa alegação, afirmando que Camilo está dentro da média da turma e que não há nenhuma determinação judicial que justifique as ações da escola, como a restrição da AT apenas para o recreio nas duas últimas aulas.
A escola afirma que a medida foi tomada devido aos prejuízos pedagógicos causados por Camilo, mas a família argumenta que tais prejuízos não existem e que a real questão é a falta de suporte pedagógico adequado por parte da escola. Núbia explicou que a acompanhante terapêutica foi contratada para auxiliar nas questões comportamentais de Camilo e não nas atividades escolares, trabalho que deveria ser realizado pela própria escola.
A mãe do aluno, destacou ainda que, apesar de a família ter oferecido adaptações curriculares para facilitar a rotina de Camilo, a escola recusou a oferta, alegando que os professores já estavam acostumados a realizar adaptações em tempo real. No entanto, recentemente, a escola surpreendeu a família ao mudar o formato de acompanhamento do aluno, justificando a sobrecarga dos professores, argumento que havia sido questionado anteriormente em reuniões.
Giovanni destacou o impacto positivo que a presença da acompanhante terapêutica teve na vida de seu filho. Segundo ele, desde que a AT começou a acompanhar Camilo, as ocorrências dos comportamentos antissociais diminuíram significativamente, e o menino passou a interagir mais com os pais sobre os conteúdos das aulas, algo que não acontecia antes.
Apesar disso, a escola tem impedido a presença da AT nas três primeiras aulas do dia, o que, segundo Giovanni, prejudica o desenvolvimento de Camilo e gera ansiedade, por falta de previsibilidade na rotina escolar.
A produção da RedeTV! ES entrou em contato com a Fundação Deolindo Perim e até o momento da publicação da reportagem não obtivemos resposta.