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Política em Foco

Verdade Recortada

A subjetividade da lei retalhou a verdade em mil pedaços.

Se o judiciário julgar alguém fundamentado naquilo que os magistrados acham e não têm certeza, isso é uma grave ameaça à democracia, pois a objetividade da lei está bem acima da subjetividade da sua interpretação.

A história da liberdade do mundo moderno sempre foi marcada por retalhos da verdade e da mentira, como aconteceu na Inglaterra quando o parlamento implementou a censura aos livros, um movimento achista contra a liberdade literária.

Foi justamente essa censura do século XVI que levou o poeta John Milton, autor do clássico “Paraíso Perdido”, a enfrentar o parlamento inglês e pedir o fim da censura aos livros. Seu discurso apontou a falibilidade dos juízes da época que defendiam uma verdade que aprisionava o pensamento:

“A verdade está espalhada por aí em busca de um mito, um conto ou de um rosto transmutado. Por isso, a verdade foi fragmentada, estilhaçada em mil pedaços e nós só vamos conseguir reconstruí-la no juízo final. Até lá, vamos ter que aprender a conviver com pedaços da verdade e com as inevitáveis diferenças que formam a liberdade”

Destarte, o julgamento dos chamados “Atos Golpistas”, nos leva à seguinte reflexão: “O que é menos prejudicial para a sociedade, ter um culpado em liberdade ou condenar um inocente?”

Enfim, o Brasil é um país formado sobre verdades e verdades convencionais que estão nas ruas, nas praças e nos diversos grupos, cada uma possui uma cor, um aroma e um formato, um recorte mesclado de justiça e injustiça.

É natural de Vila Velha – ES, cidade onde reside. Graduado em Teologia e Ciências Políticas, com especialização em pesquisa, comunicação e estratégia política. Já atuou como secretário municipal de Gestão e Planejamento e como coordenador de comunicação parlamentar. Há quase duas décadas estuda e participa dos movimentos políticos do cenário nacional e do Estado do Espírito Santo, com análises e projeções.
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