No bairro Santa Fé, em Cariacica, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) realiza um trabalho exemplar de inclusão social por meio da natação. Cerca de 130 alunos com deficiência intelectual e autismo participam semanalmente das aulas na piscina da instituição, que se tornaram um verdadeiro instrumento de desenvolvimento físico, emocional e social.
“Dentro da piscina conseguimos trabalhar a psicomotricidade, coordenação, inclusão e o emocional porque é onde eles têm a oportunidade de fazer a interação social, principalmente para os autistas”, explicou a coordenadora pedagógica da APAE, Bianca Santos.
As transformações são visíveis. Marcos Elias, por exemplo, chegou à APAE sem se comunicar verbalmente. Segundo sua mãe, Débora Nascimento Martins, foi a natação que o ajudou a se abrir para o mundo: “Marcos era uma criança não verbal, ele não interagia. E a natação ajudou muito ele”.
Outro caso de sucesso é o de Vitor Bezerra. A mãe, Estela Bezerra, conta que o filho, antes apático e com dificuldades motoras, hoje fala e caminha com firmeza. “Antes da natação Vitor era uma criança que não parava em pé direito, era todo molengo e não falava praticamente nada. Com o passar do tempo, ele foi se desenvolvendo”.
O professor de educação física, Carlos Sfalsin, falou da importância da natação para os alunos da APAE, citando por exemplo, a inclusão. “Nós conseguimos fazer (sic) a participação deles no integral e isso que é o mais importante: eles se integrarem na comunidade, na sociedade através da educação e também na natação”.
O diretor-geral da RedeTV! e embaixador da inclusão, Marcel Carone, elogiou a iniciativa da instituição. “A APAE realiza um trabalho extraordinário na inclusão de pessoas com deficiência na sociedade capixaba e brasileira”, disse Carone. “É de extrema necessidade um olhar muito diferenciado por parte da sociedade e principalmente por parte do poder público para com as APAEs”, conclui.
Ao final, todo o impacto do projeto pode ser resumido em uma simples frase, repetida com orgulho por mães, educadores e alunos: “Aqui, cada braçada é um passo em direção à autonomia”.