A fé e a comoção tomaram conta do Manaim da Serra, na Grande Vitória, onde milhares de fiéis se reuniram neste fim de semana para se despedir do pastor Gedelti Gueiros, de 93 anos. Fundador e presidente da Igreja Cristã Maranata, ele faleceu na madrugada de sábado (5), após complicações cardíacas, deixando um legado de mais de meio século de atuação religiosa e espiritual no Brasil e no exterior.
O corpo chegou ao local no fim da tarde de sábado, onde foi velado com acesso aberto ao público. Fiéis de diversas partes do Espírito Santo, familiares, amigos, pastores e autoridades compareceram para prestar as últimas homenagens a um dos maiores nomes do protestantismo brasileiro.
Durante a cerimônia, o clima foi de reverência e gratidão. “Ele foi um exemplo de vida para nós. Um homem de fé que colocou o Senhor em primeiro plano”, destacou a advogada Laís Gomes. “A história dele é inspiradora e ele deixa um legado e uma história maravilhosa para todos nós”.
Entre os presentes no culto fúnebre estava o governador do Estado, Renato Casagrande, que decretou luto oficial de três dias. “O pastor Gedelti foi uma liderança que exerceu um papel de organização da Igreja Maranata do estado, no Brasil e no mundo”, afirmou o governador.
O diretor-geral da RedeTV! ES, Marcel Carone, também prestou suas condolências ao nobre pastor. “O pastor Gedelti é um ícone do reino aqui na terra. As igrejas desenvolvem um papel importante na sociedade, tanto no âmbito espiritual, quanto no social. O seu legado, trabalho e exemplo permanecem”.
Natural de São Fidélis (RJ), Gedelti se mudou ainda criança para o Espírito Santo, onde sua família já tinha forte atuação religiosa. Na juventude, ingressou na Igreja Presbiteriana, servindo como diácono e envolvido com causas comunitárias. Em 1968, liderou um movimento de renovação espiritual que resultou na fundação da Igreja Cristã Maranata, ao lado de outros pastores.
Sob sua liderança, a Maranata expandiu-se rapidamente, apostando na modernização da comunicação e no uso da tecnologia para alcançar fiéis no Brasil e em mais de 100 países. Hoje, a igreja conta com mais de 5 mil templos espalhados pelo mundo.
Após o culto, o corpo de Gedelti foi conduzido em carro aberto do Corpo de Bombeiros até o cemitério de Ponta da Fruta, em Vila Velha, escoltado por viaturas da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal. No trajeto, fiéis que não puderam comparecer ao velório se posicionaram nas ruas para dar o último adeus. O sepultamento ocorreu em cerimônia reservada, ao som de louvores e orações.