Mais de 155 idosos morreram em decorrência de quedas no Espírito Santo, segundo dados da Secretaria de Estadual de Saúde (Sesa). Isso acende um alerta importante para a população acima dos 60 anos. O médico geriatra Luiz Gustavo Genelhu explica que os fatores que levam às quedas podem ser divididos em três grupos: intrínsecos, extrínsecos e ambientais. Os primeiros estão ligados à própria condição física do idoso, como perda de equilíbrio e reflexos mais lentos; os extrínsecos, ao uso de determinados medicamentos, como sedativos e hipnóticos, que reduzem a atenção e a coordenação motora; e os ambientais, a armadilhas dentro de casa, como tapetes, móveis baixos e desníveis no banheiro.
De acordo com o médico, até mesmo o uso de calmantes, conhecidos como benzodiazepínicos, pode aumentar o risco de acidentes, pois essas substâncias permanecem por mais tempo na circulação e diminuem os reflexos. Ele alerta que medidas simples, como retirar tapetes, eliminar obstáculos, adaptar o box do banheiro e escolher calçados firmes, podem evitar situações graves. “Os grandes ‘vilões’ que podemos destacar: tapetes. Se eu tenho um paciente que percebo que ele está entrando numa fase de maior risco, eu tenho que pensar em tirar os tapetes da casa. As mesas baixinhas também são outros ‘vilões’. Tirar o ressalto do banheiro é outro fator importante, pois ele pode ser uma armadilha para o idoso tropeçar”, alertou o médico.
A prática de atividades físicas também é uma das principais formas de prevenção. Exercícios de fortalecimento muscular e isometria ajudam a prevenir a osteoporose, reduzir o risco de quedas e melhorar o desempenho funcional, garantindo mais autonomia. “O idoso que se exercita envelhece com menos limitações e mais qualidade de vida”, destaca Genelhu.
Além disso, é possível identificar precocemente o risco de queda por meio de testes realizados em consultórios médicos ou com fisioterapeutas. Um deles é o “Get Up and Go”, que consiste em levantar da cadeira, andar, voltar e sentar novamente, um procedimento simples que ajuda a avaliar equilíbrio e mobilidade. Para o especialista, com atenção, acompanhamento e adaptações no dia a dia, é possível envelhecer com mais segurança, independência e bem-estar.
