Após anos afastada do mercado de trabalho, Flávia celebra a chance de recomeçar. “É uma fase difícil, como se a gente fosse invisível pra sociedade. Fiquei dois anos e pouquinho sem trabalhar. Agora, me sinto esperançosa de voltar a ser um ser humano que paga suas contas, limpa o nome”, relata.

O sentimento de alívio de Flávia reflete um movimento mais amplo no país. Dados do Ministério do Trabalho mostram que, somente em fevereiro de 2025, foram criados quase 32 mil novos postos de trabalho com carteira assinada — a maior variação positiva para o mês desde 2020.

Todos os setores da economia apresentaram saldo positivo em fevereiro. O destaque ficou com a construção civil, que cresceu 1,41%. Em seguida aparecem os serviços (1,10%), a agropecuária (1,08%), a indústria (0,78%) e o comércio (0,44%).

No acumulado do ano, já são mais de 576 mil novas vagas formais — uma alta de quase 20% em relação ao mesmo período de 2024. O setor de serviços lidera a geração de empregos com mais de 304 mil contratações, seguido pela indústria, com 140 mil.

Para especialistas, o bom desempenho no mercado de trabalho tem relação direta com o crescimento da economia brasileira no último ano. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,4% em 2024, fechando em R$ 11,7 trilhões.

O analista da PNAD Contínua William Kratochwill destacou o papel das pequenas e médias empresas, responsáveis por grande parte das contratações dentro desse segmento. “A composição do PIB é composto por uma grande parte de setores de serviços, ou seja, o que faz o Brasil crescer, em grande parte, está relacionado à empregos e serviços. É nítido que os serviços continuam sendo os maiores empregadores em composição do crescimento do país”.

Com o cenário positivo, trabalhadores como Flávia ganham nova perspectiva e a economia brasileira dá sinais de recuperação consistente.