A baixa adesão à vacinação contra a gripe no Espírito Santo tem preocupado autoridades de saúde. De acordo com estudo do Conselho Nacional do Ministério Público, em parceria com a Universidade de São Paulo, um em cada cinco brasileiros já sentiu medo ou desistiu de se vacinar após ler notícias negativas sobre vacinas em plataformas digitais.
O cenário reflete o impacto da desinformação: no estado, já foram registradas 58 mortes por complicações da influenza neste ano. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 49 dessas vítimas não haviam tomado a vacina. Quase 90% dos óbitos por gripe no Espírito Santo foram de pessoas não vacinadas.
A Secretaria de Saúde vem reforçando estratégias para combater as fake news e ampliar o acesso à informação de qualidade. Entre as ações, estão o uso das redes sociais, educação em saúde em escolas, instituições religiosas e campanhas de vacinação extramuros. O foco é mostrar que a vacina contra a gripe é segura, eficaz e fundamental para evitar formas graves da doença.
Entre os boatos que circulam, destaca-se a falsa associação entre a vacina contra a gripe e a vacina contra a covid-19. “São vacinas diferentes e ambas estão disponíveis para proteger a população”, explicou a coordenadora do programa estadual de imunizações Danielle Grillo. Ela reforçou que a vacina contra a gripe não provoca a doença e protege contra suas formas mais graves.
Já a coordenadora do projeto imunização Vacina Sim da Ufes Carol Sales, alertou sobre as únicas contraindicações: a vacina não deve ser aplicada em pessoas com febre ou com alergia a ovo. “Nós precisamos atingir 95% da população vacinada, e infelizmente, no estado do Espírito Santo, não conseguimos atingir nem 50% dessa meta”, disse Carol.
As autoridades pedem que a população busque informações em fontes confiáveis e compareça às unidades de saúde para se vacinar. A recomendação é que a imunização seja feita o quanto antes, já que o organismo leva cerca de 15 dias para produzir as células de defesa após a aplicação da dose.