Empresários de Vila Velha têm enfrentado dificuldades para preencher vagas de trabalho, mesmo com oportunidades disponíveis no mercado. Entre os principais desafios apontados estão a baixa qualificação da mão de obra e a falta de interesse por determinadas funções.
Wagner Fernandes, gerente de uma loja de Vila Velha, relata que o número de currículos recebidos tem sido cada vez menor. “Nós estamos recebendo poucos currículos e poucas pessoas estão vindo até a loja para se candidatar. A gente sente essa dificuldade na hora da seleção”, afirmou.
Em uma papelaria localizada no Centro de Vila Velha, a situação se repete. João Carlos, analista de recursos humanos do estabelecimento, reforça a escassez. “Hoje é um milagre encontrar bons funcionários. Estamos precisando criar incentivos extras, senão fica quase impossível contratar”, disse.
A explicação para essa mudança no perfil da força de trabalho pode estar nas transformações do mercado nos últimos anos. De acordo com o professor Cláudio Iannotte da Rocha, especialista em Direito e Processo do Trabalho da Ufes, a popularização das novas tecnologias e dos modelos alternativos de emprego tem influenciado diretamente na disponibilidade de mão de obra tradicional. “Com o surgimento das novas tecnologias, novos trabalhos também surgiram”, explicou Iannotte. “Então agora os trabalhadores, com a possibilidade de exercer trabalhos em aplicativos, teletrabalho, home office, crowworking, existe uma opção de terem uma remuneração acima daquele salário convencional ou de salário mínimo
“Com o surgimento do teletrabalho, dos aplicativos, do home office e do ‘crowworking’, muitos trabalhadores encontraram formas de garantir uma renda superior ao salário convencional, dependendo da área”, explicou o docente.
Enquanto isso, empresas continuam de portas abertas, aguardando por candidatos.