O comerciante Arildo Silva precisou, mais uma vez, pintar a própria banca de trabalho, localizado no Centro de Vitória, após o local ser alvo de pichações. Segundo ele, essa não é a primeira ocorrência e o prejuízo vai além da estética, já que é necessário arcar constantemente com os custos de tinta e mão de obra. “É difícil porque a gente pinta e em uma semana, eles picham tudo outra vez. E a gente acaba gastando dinheiro com mão de obra”, desabafou Arildo.
A situação reflete um problema recorrente na capital capixaba. Pichações atingem desde imóveis comerciais e residenciais até prédios históricos, como o Edifício Fábio Ruschi, e monumentos que fazem parte da história do Espírito Santo. As marcas aparecem tanto na parte inferior quanto nas fachadas mais altas dos edifícios.
Para combater o crime, a Guarda Municipal de Vitória realiza monitoramento constante e atua em parceria com outras forças de segurança. A corporação conta com 1.142 câmeras espalhadas pela cidade, utilizadas para identificar a ação de pichadores, principalmente em locais onde há reincidência. Quando uma ocorrência é flagrada, as equipes são acionadas imediatamente para abordagem.
Além da vigilância eletrônica, a Guarda Municipal investe em tecnologia, como o uso de inteligência artificial, para ampliar a fiscalização e agilizar o encaminhamento de denúncias.
“O que pede para a população é que denunciem esses crimes”, disse o secretário de Segurança Urbana de Vitória, Amarílio Boni. “Nós vemos uma subnotificação para situações em que a gente não tem conhecimento do ocorrido, em virtude das pessoas não fazerem suas ocorrências”, conclui.
Há menos de um mês, um casal foi preso em flagrante pichando no Centro da cidade. A integração da Guarda Municipal com a Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros, por meio do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (CIODES), permite respostas mais rápidas às ocorrências, inclusive às registradas pelo telefone 190.
De acordo com a corporação, o objetivo é retirar de circulação os autores das pichações e preservar o patrimônio público e privado, garantindo que os espaços coletivos permaneçam seguros e valorizados.